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“Mudança”, por Marco Tanoeiro

Em uma pesquisa rápida nos modernos dicionários da Língua Portuguesa, facilmente encontrados na internet, aprendemos que MUDAR é um verbo transitivo direto e pronominal, cujo significado é: fazer ou sofrer modificação, alterar.

Pelas mesmas fontes aprendemos que MUDANÇA é um substantivo feminino que pode significar transferência, substituição, modificação, alteração…

Em época de eleições municipais, como a que estamos vivendo, dez em cada dez pretendentes aos cargos nos Poderes Executivo e Legislativo fazem uso dessas duas palavras: MUDAR e MUDANÇA. Elas são utilizadas como um grande trunfo no jogo eleitoral, um coringa capaz de envernizar luxuosamente o mais vazio e mentiroso dos discursos, a mais estapafúrdia das retóricas.

– Eu sou a mudança que a cidade precisa!
– Pra cidade continuar mudando!
– Coragem pra mudar a cidade!
– Mudar pra voltar a ser feliz!

Mas o que significa, efetivamente, propor mudanças em época eleitoral? O que a população pode esperar de um batalhão de candidatos(as) dizendo que a vida, da forma como estamos vivendo, tem que mudar?

Quando você, leitora e leitor, se deparar com esse tipo de discurso, com esse tipo de material, pergunte a si mesmo e, se possível, também ao candidato(a):

– Mudar o quê?
– Mudar por quê?
– Como mudar?
– Quanto isso vai custar?
– Que benefícios a mudança trará para a cidade?

Esses questionamentos são de fundamental importância para que possamos decidir de forma consciente e democrática as nossas opções de voto para os cargos em disputa.

Um material de campanha sério, comprometido com a verdade e condizente com a realidade local já deve trazer essas respostas. Pode até não responder todas as questões imediatamente, mas não pode ser algo lacônico, vazio, como vemos diariamente nas ruas. Ao conversarmos com o candidato(a), essas respostas devem ser dadas com facilidade, objetivamente e sem embromação.

Apenas como um clássico exemplo do discurso que não deve ser aceito, vejo  e ouço com frequência a repetição do mantra: “Temos que mudar tudo isso que está aí!”. Mas tudo na cidade está ruim? Nada funciona? Nessas horas temos que pensar na cidade como um todo, no coletivo. A cidade toda está vivendo mal com a atual gestão? Não seria o caso de melhorar o que está funcionando e alterar o que não está bom?

Por fim, mas não menos importante, temos que questionar a legitimidade de candidatos(as) para propor mudanças. Um Vereador que faz parte da base do governo na Câmara, que passou os últimos anos apoiando e aprovando todas as decisões do Prefeito, pode falar em mudança? Um candidato(a), seja ao cargo de Prefeito ou Vereador, que passou os últimos anos fora da cidade, sem envolvimento social, sem discutir políticas públicas voltadas ao bem da população, pode falar em mudanças?

Eleição é coisa séria. Ser candidato(a) é coisa séria. Mudança é coisa séria. Se não estamos confortáveis com a condução da política em nossa cidade, temos que entender que o VOTO também é coisa séria. Como tudo que é sério na vida, também temos que entender que voto não tem preço. Voto tem VALOR.

(Esse texto não expressa, necessariamente, a opinião do site HojeDiário.com)