A média de consumo de energia é de aproximadamente uns 200 reais por mês, o que significa 20% do salário-mínimo. Um valor alto que compromete nosso orçamento. O brasileiro que já foi impactado pela crise sanitária, advinda da pandemia, agora está sendo afetado pela crise hídrica e os sucessivos aumentos na conta de luz.
Enquanto muitos brasileiros tentam driblar as dificuldades no dia a dia, as contas não param de aumentar. No último dia 29, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou um novo aumento de 52% no valor da bandeira vermelha patamar 2, taxa extra cobrada em junho na conta de luz. A partir de julho, a taxa passou de R$ 6,243 por 100 kWh consumidos para R$ 9,49 por 100 kWh.
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Também foram fixadas as Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD) e as Tarifas de Energia Elétrica (TEs) aplicáveis aos consumidores e usuários da Enel SP; assim como o valor da receita anual referente às instalações de transmissão classificadas como Demais Instalações de Transmissão (DIT) de uso exclusivo; e ainda o valor mensal de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) a ser repassado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) à Enel SP, de modo a custear os descontos retirados da estrutura tarifária.
A área técnica da Aneel já defendia um aumento ainda maior, e dia 31 de agosto, fomos surpreendidos com a alteração para a cobrança da bandeira Escassez Hídrica no valor para R$14,20 a cada 100 quilowatt-hora consumidos. Essa cobrança valerá para todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional de setembro deste ano a abril de 2022, com exceção dos beneficiários da tarifa social.
A alegação oficial para o aumento da tarifa é que o país passa pela maior crise hídrica dos últimos anos, pois reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas, principalmente do Sudeste, responsável por 70% da produção de energia no Brasil. Isso obrigou o país a acionar as termelétricas que são uma fonte mais cara de produção de energia, o que aumentou o custo final para o consumidor.
No fim das contas, essa crise, que deve ser considerada também uma crise de gestão, recai sobre o consumidor, que não sente apenas na sua conta de energia residencial, mas em toda sua rotina, afinal, tudo que é produzido precisa de energia elétrica, influenciando assim, a curto prazo, no aumento dos produtos e serviços que consumimos.
De qualquer forma, é importante que consigamos colaborar economizando energia, e é possível através de algumas medidas. Como por exemplo:
- Não deixe portas e janelas abertas em ambientes com ar-condicionado; mantenha os filtros limpos; diminua ao máximo o tempo de uso do aparelho; e instale cortinas nas janelas que recebem sol diretamente;
- Dê preferência à iluminação natural ou a lâmpadas econômicas, do tipo LED; apague a luz ao sair de um ambiente ou instale sensores de presença. Paredes com cores claras também possibilitam uma melhor iluminação ao ambiente;
- Opte por desligar ventiladores e por manter locais arejados e bem ventilados;
- Retire os aparelhos da tomada quando possível ou durante longos períodos em desuso;
- Opte também pela tarifa branca, mais barata fora dos horários de pico e que proporciona economia para as empresas de até 22% da conta de luz.
Infelizmente, todos aqueles aumentos questionados no início da pandemia, que, naquele momento, foram considerados abusivos, hoje se tornam uma realidade. Ir ao supermercado está virando passeio de luxo, abastecer o carro virou uma questão estratégica, e, agora, acender a luz do quarto já nos traz uma reflexão: quando será que veremos medidas que minimizem o prejuízo aos consumidores?
Enquanto isso não acontece, observe as dicas citadas e torça para chover.
(Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiário.com)