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“Internação involuntária e compulsória seriam as alternativas para acabar com as cracolândias: sim ou não?”, por Felix Romanos

A internação involuntária para tratamento de crack ocorre quando há indicação médica e consentimento da família. A internação compulsória ocorre quando um juiz (e não a família) solicita o pedido de internação, acompanhado de um pedido médico. Ambas sem a necessidade do consentimento do dependente químico.

Uma pessoa que larga tudo para viver em uma condição de rua em decorrência de uso de drogas é única e exclusivamente por ser portador de uma doença chamada dependência química. Portanto, já é de se esperar que, nestas condições, ultrapasse os limites morais e cíveis para que encontre maneiras de manter seu uso, fugindo de si mesmo e adormecendo sua consciência. 

Acredito SIM nos modelos de internação involuntária e compulsória, desde que haja acolhimento humanizado, uma proposta exequível de continuidade, acompanhamento do tratamento e principalmente, inclusão social.

O problema é que da forma que os municípios atuam, tal iniciativa é um paliativo para o problema da dependência química no Brasil e utilizado de forma a reforçar o imaginário higienista vigente. Embora pareça a alternativa mais fácil e rápida, os problemas complexos não podem ser resolvidos ou pensados de modo superficial ou populista. Prova disso é a crescente nos números de usuários em situação de rua por todo país.

Estamos falando de pessoas doentes, de uma sociedade doente e requer forças multidimensionais de atuação.

Entendam, não basta interromper abruptamente a compulsão na inocente presunção de que o indivíduo vai mudar de vida após os 90 dias que esses dois modelos de internação protagonizam.

É necessário e urgente o tratamento dos sintomas/problemas/traumas que levou esse indivíduo às drogas. É preciso oferecer dentre outras coisas, qualificação profissional, oportunidade de trabalho, moradia…

O pós-tratamento proposto atualmente é raso e ineficaz e o indivíduo estará totalmente inábil, vulnerável e sozinho ao deparar-se com as mesmas dificuldades e limitações que o levaram às drogas e seu retorno para as ruas é certo!

O problema das cracolândias do Brasil não será resolvido escondendo-o para baixo do tapete. Se insistirmos na metodologia atual, após o período de internação involuntária ou compulsória, o dependente químico vai continuar voltando às ruas, só que com mais ódio, e o problema que foi maquiado, volta a se apresentar ainda pior.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)