No final da noite do dia 1 de setembro, a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu uma tentativa de assassinato quando chegava em sua casa no bairro de Recoleta, em Buenos Aires. O autor do atentado é o brasileiro, naturalizado argentino, Fernando Andrés Sabag Montiel, 35 anos, motorista de aplicativo e que mora na Argentina desde 1993.
Sabag é ligado a grupos extremistas e tem uma tatuagem no cotovelo esquerdo do sol negro, símbolo comum entre grupos neonazistas e instituído durante a Alemanha nazista. O atentado contra Cristina Kirchner traduz a ascensão de discursos de ódio e intolerância. Diante disso, em meu breve texto, faço um de grito em defesa do amor.
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O amor que defendo neste manifesto, neste grito ensurdecedor, não é um sentimento romântico, está muito longe das cenas de filmes da sessão da tarde e ainda mais distante dos poemas apaixonados. O amor que grito nesse manifesto é um ato, uma atitude, uma forma de se comportar no mundo, um ensaio revolucionário. O amor que grito resgata a dignidade humana e se indispõe contra as injustiças.
O amor que grito neste manifesto defende a cultura de paz, a convergência às divergências, o espaço frutífero do diálogo e o permanente aprendizado com as diferenças. O amor que grito se revolta com a intolerância que se aprofunda e nos torna rivais, não converge com os discursos de ódio que ganham as redes sociais e toma conta do imaginário coletivo.
As divergências ao pensamento político de Cristina Kirchner ou a qualquer outro ator político mundial são salutares. Entretanto, o ódio e a ideia de guerra ao inimigo são elementos que devem ser combatidos através de um compromisso ético e público em defesa da vida e ações propositivas em defesa da cultura de paz.
Diante do ódio que ganha forma e força no cotidiano, eu grito pela paz e os convido para que juntos possamos entoar com toda a força de nossos gritos um grito uníssono em defesa do amor. Que aprendamos a conviver com as diferenças, nutrir a divergência, respeitar a pluralidade e defender a tolerância, mas acima de tudo, que possamos gritar em defesa do amor.
(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)