Desde o início da pandemia, presenciamos diversas mudanças nos ambientes de trabalho, pelo Brasil e mundo afora. Home office, regime híbrido, horários flexíveis… Algumas dessas mudanças, que pareciam se aproximar devagar, tornaram-se obrigatórias durante os momentos de pico da Covid-19. E se mostraram vantajosas para várias empresas.
Em 2022, a redução da carga semanal de trabalho é um dos assuntos corporativos mais discutidos do mundo. E você, o que acha disso? Se não tem uma opinião definida, vem comigo que eu te apresento algumas informações sobre o assunto.
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Não existe uma única forma
Diversas empresas ao redor do mundo estão testando formas de implementar essa novidade. Folgas às quartas, folgas às sextas, compensação de horas em outros dias…
Levará tempo para descobrirmos o que funcionará melhor, mas isso também ocorreu com o modelo que temos hoje, então não há motivos para não tentar. Por isso, vamos conhecer três opções que podem, em algum momento, surgir na sua empresa.
- Modelo 100 X 80 X 100
Este é o modelo mais estudado para implementações. Ele consiste em:
- 100% do salário;
- 80% da carga horária; e
- 100% de produtividade.
Sendo assim, apesar dos funcionários trabalharem um dia a menos, a produtividade precisa ser a mesma. Para tal, é interessante analisar como o time produz e como adequar isso ao tempo disposto. Na maioria dos casos, a sexta-feira é escolhida para ser o dia “a mais”, o que prolonga o final de semana.
- Folgas às quartas-feiras
Este modelo basicamente segue as diretrizes do 100 X 80 X 100, porém a folga é desfrutada na quarta-feira. Algumas empresas no exterior adotam essa possibilidade para gerar ao trabalhador um esquema de trabalho diferente, interrompendo a rotina semanal de trabalho com uma folga no meio e gerando uma recuperação melhor das energias, impedindo o desgaste que afeta o colaborador na quinta e sexta-feira.
- Escalas de revezamento
As hipóteses de folgas às quartas e sextas para toda a equipe pode parecer inacessível para quem trabalha em produções, porém há a possibilidade de escalas de revezamento, garantindo que sempre tenha alguém realizando o serviço. Neste caso, os funcionários intercalarão suas folgas, trabalhando uma semana de segunda a quinta-feira e, na seguinte, de terça a sexta-feira.
Não aja no impulso
Não queira implementar o trabalho de 4 dias semanais – ou se recusar a adotar tal iniciativa – imediatamente. Faça cálculos, testes e conte com uma ajuda profissional para decidir se realmente é a melhor opção para a sua empresa. Atente-se, também, ao fato de que ainda não há leis específicas para o assunto no Brasil. Logo, a consultoria de um advogado especializado em Direito do Trabalho seria fundamental para garantir que nenhuma decisão sobre o assunto afete os direitos trabalhistas de seus colaboradores.
Vários estudos publicados sobre o assunto – como os casos da Microsoft e da Perpetual Guardian – apresentaram ótimos resultados em termos de produtividade. Por outro lado, não podemos ignorar a necessidade de análises específicas para funções da área da saúde, segurança e outras que trabalham em plantão, além de diversas outras particularidades que apenas o “mundo trabalhista” tem.
O importante é termos consciência de que esse assunto será muito discutido, ao longo do tempo, e que a reflexão sobre o trabalho em 4 dias da semana é um bom início para uma melhor qualidade de vida, física, mental e econômica de trabalhadores e empresas.
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Então, não deixe de conferir mais artigos na minha coluna no “Hoje Diário”, com textos rápidos e direto ao ponto, sobre Direito do Trabalho, LGPD e Empreendedorismo. Para enviar dúvidas, sugestões e acompanhar dicas para você e sua empresa, basta seguir @rebeka__assis no Instagram ou acessar www.rebekaassis.com.br.
Ótimo dia e ótimo trabalho!
(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)