Com o verão e as fortes chuvas, uma doença que tem afetado muitas pessoas é a dengue. Transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, a doença registrou altos números no país neste início de ano, o que tem gerado preocupação. Por isso, é fundamental conhecer os cuidados para prevenir-se contra a doença.
Nas primeiras quatro semanas de 2024, o Brasil registrou 217 mil casos de dengue, conforme dados do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira (30). Para comparação, no mesmo período de 2023, foram registrados 65.366 casos. Também foram registradas 15 mortes pela doença neste ano, sendo que ainda outros 149 óbitos seguem em investigação.
Já existe uma vacina contra a dengue que começará a ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro deste ano, com foco em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Contudo, continuar com as medidas de prevenção é crucial para evitar surtos da doença.
Como o Aedes aegypti reproduz-se em água parada, é essencial eliminar os possíveis criadouros dos mosquitos. Medidas importantes incluem:
Instalação de telas em janelas e uso de repelentes em áreas de transmissão conhecida;
Remoção de recipientes que possam acumular água nos domicílios;
Vedação de reservatórios e caixas d’água;
Desobstrução de calhas, lajes e ralos;
Limpeza da bandeja externa da geladeira;
Limpeza e armazenamento adequado das vasilhas de pets;
Limpeza da bandeja coletora de água do ar-condicionado;
Cobertura adequada da cisterna e de todos os reservatórios de água.
Sintomas
A dengue pode apresentar sintomas específicos e identificáveis, mas que requerem confirmação médica para tratamento adequado. Apesar de a maioria dos pacientes se recuperar, a doença pode evoluir para formas mais graves.
Os principais sintomas incluem febre alta (39°C a 40°C) de início súbito, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares, e dor atrás dos olhos. Diante desses sintomas, é crucial procurar imediatamente um serviço de saúde.
Os sintomas da dengue costumam diminuir a partir do 7º dia, mas, se persistirem, podem indicar uma piora da doença, especialmente se evoluírem para os seguintes casos:
Dor abdominal intensa e contínua;
Vômitos persistentes;
Acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
Hipotensão postural e/ou lipotímia;
Letargia e/ou irritabilidade;
Aumento do tamanho do fígado;
Sangramento de mucosa.
Vacina
A vacina contra a dengue será incluída no Calendário Nacional de Vacinação pela primeira vez em fevereiro de 2024. A primeira campanha de vacinação abrangerá 521 municípios distribuídos em 37 regiões de saúde do país, incluindo Suzano, Mogi das Cruzes, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e toda a região do Alto Tietê.
O Ministério da Saúde está no aguardo da tradução para o português da bula do imunizante Qdenga, uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao fabricante, o laboratório japonês Takeda, para iniciar os envios das vacinas.
Devido à limitação no número de doses fornecidas pelo laboratório, a vacinação contra a dengue priorizará crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária com alta taxa de hospitalizações, superada apenas pelos idosos. Pessoas com mais de 60 anos não estão indicadas a receber a dose devido à falta de estudos clínicos nesse grupo etário.
O ministério prevê que as doses adquiridas sejam suficientes para imunizar cerca de 3,2 milhões de pessoas ao longo de 2024.
Além disso, o Instituto Butantã, que estuda uma vacina contra a doença desde 2009, anunciou que o imunizante teve 79,6% de eficácia geral, em fase 3 de pesquisa clínica. A previsão do instituto é que, entre junho e julho, o pedido de registro seja submetido para análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Anvisa informou já ter se reunido com o Instituto Butantan para tratar da vacina contra dengue que vem sendo desenvolvida pelo laboratório. A vacina em desenvolvimento pelo Butantan, assim como a Qdenga, é tetravalente, isto é, capaz de combater os quatro tipos do vírus da dengue. Porém, a vacina brasileira será administrada em somente uma dose.
