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“Atlântico”, por Marco Tanoeiro

A Segunda Guerra Mundial foi marcada por grandes confrontos. Um deles ganhou a denominação de Batalha do Atlântico. Em apertada síntese, foi o conjunto de confrontos navais ocorridos no oceano Atlântico que visavam impedir – por parte dos países do Eixo – que suprimentos, armas e tropas chegassem para abastecer as fileiras dos Aliados.

Esse transporte era realizado por grandes comboios de navios mercantes, que contavam com a proteção de navios de guerra. Podiam contar também com o apoio de aviões da Força Aérea americana no primeiro terço da travessia e da Força Aérea Real Britânica, no terço final.

Para interceptar os navios mercantes, Adolf Hitler lançou mão de uma de suas mais temidas armas de guerra: os submarinos, chamados de U-Boats. Usando táticas de “matilha”, quando o capitão de um submarino nazista identificava a rota de um comboio logo avisava aos demais U-Boats no entorno. Os ataques ocorriam à noite e produziam grandes baixas entre os Aliados.

Ao final da guerra, a Batalha do Atlântico deixou um saldo de 3.500 navios mercantes e 175 navios de guerra afundados, além de 72.200 mortos, sendo 36.200 marinheiros militares e 36.000 marinheiros mercantes. Repetindo, a Batalha do Atlântico matou 72.200 pessoas.

Mas a Batalha do Atlântico é apenas pano de fundo para a reflexão que quero propor. Enquanto escrevo este texto, narrando sucintamente um dos mais importantes capítulos da História, temos no Brasil atual o total de mortos pela Covid-19 chegando ao absurdo número de 76.822 pessoas. Ou seja, a infecção provocada pelo coronavírus no Brasil já matou, em apenas quatro meses, mais pessoas que a Batalha do Atlântico durante toda a Segunda Guerra Mundial.

Isso é grave! Muito grave!

O país vive uma situação caótica. A pandemia está totalmente descontrolada.
Observo que administrativa e politicamente as ações e decisões dos governantes, em especial o presidente da república, o governador de São Paulo e os prefeitos das cidades do Alto Tietê estão conduzindo a população para a morte. Isso é inadmissível! Dia após dia, cada vez mais, minguam as condições objetivas para que a população, em especial a mais pobre, atenda às recomendações fundamentais da OMS para que possa se manter viva.

O povo precisa que verdadeiros Aliados façam chegar até suas casas a proteção que se espera em situações como a que vivemos. Suprimentos e condições mínimas de sobrevivência devem ser levadas ao cidadão sem que ele tenha que se humilhar em longas filas bancárias ou nas portas dos órgãos públicos. Afinal, é tudo do povo. Ele já pagou por isso.

Na outra banda, tal e qual os U-Boats nazistas, regionalmente temos a máquina pública no Alto Tietê, visando o processo eleitoral que se avizinha, navegando nas profundezas de uma política neoliberal sórdida e genocida, atacando na calada da noite a população com suas falácias, travestidas quase sempre na forma de um hospital de campanha ou leitos de UTI.

Temos por aqui, infelizmente, a nossa própria Batalha do Atlântico.

(**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site HojeDiário.com)