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“Amor Animal” por Luci Bonini

A maior e mais gratificante experiência, depois dos filhos, são os animais de estimação. O amor que eles têm por aqueles que cuidam deles é infinito.
Os cães estão juntos dos seres humanos há bastante tempo: uns dizem que há mais de 500 mil anos, há, no entanto outros que afirmam que a domesticação dos cães começou há 40 mil anos, mas isso não faz muita diferença para quem tem ou já teve um cão ou um gato ou um animal de estimação.

Os cães, muito provavelmente, estão ao nosso lado, por causa da caça. Bons caçadores que eram, acabaram se juntando aos homens e assim conseguiram a comida mais farta com menos trabalho ao longo de milhares de anos.
As redes sociais apresentam vários perfis de animais domésticos, os cães e os gatos parecem ser os queridinhos das crianças e dos defensores da causa animal.

Eu e minha família, ao longo das quatro últimas décadas, temos ajudado alguns animais em estado de abandono. Resgatamos, trazemos para casa, cuidamos e colocamos para adoção. Nada muito volumoso, nada que se compare a uma ONG, mas acredito que mais de 50 animais já encontraram lares que os acolhessem e que os fizessem viver felizes ao lado dos seus tutores.
Há alguns anos, encontramos uma cachorrinha em um estado lamentável, atropelada e com a bacia quebrada em dois lugares, não sabíamos se ela ia andar novamente. Eu acabara de perder uma que havia convivido comigo por 17 anos, com problema na coluna e paraplégica, e resgatar aquela cachorrinha foi muito difícil. Eu não queria passar por tudo de novo.

Mas, enfim, ela voltou para casa e aos poucos, foi ficando livre da dor, da fome, dos parasitas que infestavam aquele corpinho frágil…
Um mês e pouco depois, numa bela manhã de verão, ela andou para alegria de todos.
Dali para frente, passou a me acompanhar pela casa, a dormir na cama com os outros que já tínhamos e a brincar feliz.
Foram seis anos de brincadeiras, de carinho, de passeios.

O fato de ela ter tido uma vida ruim, ela teve vários problemas com parasitas, mas tudo isso, foi sendo cuidado até que um belo dia, um câncer de pele apareceu. Veio a cirurgia, veio a quimioterapia, e meses depois a metástase na coluna vertebral.
Sabíamos que o tempo dela era pouco, mas graças à pandemia pudemos curtir seus últimos meses dedicando o que tínhamos de tempo para ela.

Ela se foi, depois de muito sofrimento, mas meu coração está tranquilo, porque sei que depois de tanto ter sofrido as consequências do abandono, ela passou seus últimos anos, devolvendo em forma de amor a gratidão que sentia por ter sido salva da maldade humana.

(Esse texto não expressa, necessariamente, a opinião do site HojeDiário.com)