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“Desfocalizar”, por Marcelo Candido

Este é meu trigésimo artigo publicado graças à gentileza do Grupo Hoje de Comunicação que me convidou para fazer parte da equipe de articulistas que foi montada com tanto esmero. Sinto-me honrado! Por isso resolvi fazer um pequeno balanço e uma grande provocação. Dos 30 artigos, este incluído, dez tratam de política. Os demais abordam temas muito variados, e classificá-los seria bem oneroso ao propósito deste momento, pois faria da leitura algo enfadonho.

Quem sabe da minha atuação político-partidária poderia supor que os textos trariam sempre algo a isso ligado. Porém, não sou alguém que não ultrapassa as fronteiras dos afazeres cotidianos, porque permanecer neles é quase manter-se afastado da multiplicidade de possibilidades ofertadas pela vida. Escolhi deixar a inspiração fluir, mas sem deixar de observar a realidade em que estamos imersos. Entretanto, quando opto por expressar livremente o meu pensamento sobre quem considero um pusilânime que ocupa a presidência da República do meu país, noto que os comentários feitos por parte de algumas pessoas surgem mais agressivos.

Curiosamente, porém, ainda não encontrei nas missivas alguém disposto a dialogar sobre o tema publicado, opondo sua opinião. Isso seria ótimo, pois acredito que o confronto de ideias permite calibrar qualquer ponto de vista. Diferentemente do que entendo por livre expressão da opinião, ofender, xingar, espezinhar, difamar e caluniar o autor do artigo revela mais de quem expõe essa grade de impropérios do que de quem se dispôs a refletir sobre o tema escolhido. Responder na área de comentários não é uma opção, pois daria a quem provoca aquilo que Andy Warhol já profetizou que aconteceria, e não serei eu o criador de “celebridade instantânea”. Desculpem-me, inclusive, por parecer arrogante, mas juro que não é o caso.

Sendo assim, percebo que os comentários são majoritariamente desprovidos de conteúdo que guardem relação com o que foi publicado. Mas também entendo que muitas reações e comentários ao que escrevo sobre o rei do peculato e dos “apêndices ósseos superiores da cabeça”, derivam da estratégia diversionista que muitas pessoas adotam para fugir do assunto central que se propõe debater. Neste artigo comemorativo me dei de presente um desabafo. Sei que de nada adiantará porque os umbrais dos infernos ainda não foram devidamente lacrados.

(Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiário.com)