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“Janeiro nas alturas”, por Robinson Guedes

2021 foi um ano em que todo o país parou para acompanhar o crescimento e recuos no índice de inflação dos produtos. Com a virada do ano, a expectativa de muitos era de que houvesse uma folga e um novo começo, um pouco mais esperançoso, de que o dinheiro voltasse a ter mais valor. No entanto, janeiro terminou com notícias problemáticas.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, janeiro fechou em 0,57%. Em comparação com o mês anterior, que estava em 0,73%, houve um grande recuo, mas é importante comparar com a média histórica referente ao período e estar atento aos produtos que contribuíram para que janeiro de 2022 tivesse o maior índice de inflação em seis anos.

O IPCA aponta que móveis e eletrônicos e o setor de alimentação estiveram à frente do ranking com o maior aumento de preços, sendo de 1,82% e 1,11%, respectivamente. Em seguida, estão vestuário, com 1,07%; comunicação, que teve alta de 1,05%; despesas pessoais, teve 0,78%, enquanto saúde e cuidados pessoais, na casa dos 0,36%. Educação, por sua vez, esteve com índice de 0,25 % e habitação, com 0,16%. Entre os grupos analisados, o único que apresentou recuo significativo foi transporte, que registrou -0,11%.

Novamente, a pressão foi sentida nos carrinhos dos supermercados e despensas brasileiras. O levantamento constatou que as carnes tiveram aumento de 1,32%, com valores na casa dos R$ 30 o quilo e as frutas, com avanço de 3,40%. O café moído, tradicional no café da manhã de quase toda a população, chegou a ter inflação de 4,75%, sendo o 11º mês consecutivo que teve o aumento no preço.

Com os alimentos ainda sendo os mais afetados, a população segue em estado de alerta e buscando novas soluções para não comprometer suas refeições, sem que haja o comprometimento de sua renda mensal. O Cybercook, portal de receitas do Grupo Carrefour, notou que, em 2020, houve aumento no número de pesquisas relacionadas a receitas vegetarianas e veganas, uma alternativa viável e mais saudável para os altos preços da carne.

A expectativa é que, nos próximos meses, a inflação tenha certa estabilidade e fique na casa dos 5% esse ano. No entanto, isso não são boas novas. O custo de vida irá permanecer alto, pois, apesar de não haver grande possibilidade de aumento nos preços, também não há perspectiva de que irão recuar e dar uma folga ao bolso dos chefes de família.

Como sempre, o maior aliado dos brasileiros é a pesquisa entre estabelecimentos. Fazer compras em vários lugares, pesquisar os preços e optar por marcas diferentes pode significar economia e mais segurança para os núcleos familiares. Com a recuperação financeira do país andando a passos lentos, todo o cuidado é necessário para garantir a qualidade de vida das famílias.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)