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“Como os pequenos negócios sentem o avanço no valor dos combustíveis”, por Robinson Guedes

2022 tem se mostrado um ano um tanto quanto imprevisível para os empreendedores. Havia uma perspectiva de melhora na economia com a reabertura total dos comércios e a retomada econômica, mas muitos foram pegos de surpresa pelas novas instabilidades e mudanças que têm surgido nas últimas semanas, em decorrência da guerra na Ucrânia.

No dia 10 de março, a Petrobras anunciou um aumento de 18,7% no preço da gasolina e de 24,9% para o diesel, o que refletiu diretamente nos valores pagos pelos consumidores finais dos produtos, que já estavam mais altos do que o normal. Em alguns locais do Brasil, os postos de abastecimento já estão vendendo o litro da gasolina a R$ 10,00, o que tornou inviável usar automóveis ou motocicletas para milhares de brasileiros.

Muito além da população comum, os comerciantes e prestadores de serviço têm vivido com um grande receio de terem seus trabalhos prejudicados pelo aumento do combustível. Em um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi apontado que os custos com combustíveis já pressionam a receita de microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenos empresários.

O estudo mostrou que 63% dos MEIs entrevistados e 61% dos micro e pequenos empresários já sentiram na pele o aumento dos combustíveis, cujo o gasto tem se equiparado com os investimentos feitos em insumos e mercadorias dos estabelecimentos que possuem.

A maior dúvida em meio a esse momento é como os empreendedores podem cobrir a nova demanda financeira sem fazer um repasse integral em seus produtos e serviços, o que pode afetar o fluxo de caixa e até mesmo espantar alguns clientes.

É importante ter em mente qual é o seu público consumidor e estudar as possibilidades disponíveis antes de aumentar os valores, além de estar preparado para caminhos pouco agradáveis em um primeiro momento. Se o reajuste de preços e o repasse for causar a perda de clientela, reduzir as margens de lucro é uma opção viável, apesar de não ser a melhor ao empresário.

Aos empreendedores que utilizam carros e motocicletas próprios, fazer a manutenção preventiva e um “check-up” nos veículos pode ser de grande valia para saber se o veículo está ok e não gasta mais combustível que o necessário por conta de problemas no motor, pneus, entre outros. A ida ao mecânico pode ser considerada um investimento a longo prazo e pode ajudar a poupar gasolina nos próximos meses.

Outra estratégia que pode auxiliar muito os comerciantes que fazem entregas em domicílio é a parceria com outros estabelecimentos. Busque lojas ou prestadoras de serviços próximas e avalie se é possível fazer as entregas de maneira conjunta. Assim, o custo terá uma redução considerável para os dois empreendimentos, além de fomentar uma relação que pode trazer bons resultados e novos projetos para a economia local no futuro.

Como sempre, o planejamento é o melhor aliado do empresário. Tenha um bom controle de gastos, fluxo de caixa e esteja atento a novas possibilidades de negócio. Mais do que nunca, a criatividade será bem-vinda e pode ser um ponto de virada para os pequenos negócios.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)