Em junho de 2020 o Brasil tinha poucas informações sobre a Covid-19, sendo que muitas delas foram consideradas “fake news” algum tempo depois. Porém, já sabíamos da maior das verdades, que era a necessidade do uso de máscara e os cuidados com a higiene das mãos, por meio de água, sabão e uso do álcool em gel.
Parece algo simples, certo?
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Porém, sabemos o que aconteceu em seguida.
Choramos a perda de mães, pais, filhos, esposas, maridos e amigos… Hospitais lotados e pessoas morrendo, pela doença ou pela ausência de atendimento.
Sofremos pelo desemprego, pelo isolamento e o medo de nada voltar ao normal.
Hoje, 7 de junho de 2022, o Brasil totaliza cerca de 667 mil mortos pelo novo coronavírus. Para ter uma noção, isso seria equivalente ao sumiço total das cidades de Mogi das Cruzes, Poá e Arujá.
E a conta ainda não fecharia.
Agora, os números estão voltando a subir e a sensação da incerteza do que vem pela frente, volta a crescer. A intenção deste texto não é que você se apavore. É que você reflita e entenda que sim: a responsabilidade também é sua.
É nossa.
Um excelente exemplo disso é a enorme discussão em torno do uso de máscaras nos ambientes de trabalho.
A máscara é um item simples, de uso individual, que custa menos que a compra de uma luva ou um capacete. Não atrapalha o trabalho do próximo e ainda evita que você leve um vírus para a sua casa.
Porém, não conseguimos enumerar a quantidade de problemas que já presenciamos, com empresas que não “fazem questão” do uso da proteção durante a jornada, para evitar polêmicas com funcionários ou reduzir os gastos.
Agora pense: quanto uma empresa gasta, ao ter um funcionário afastado? Quanto um funcionário perde, ao entrar em férias compulsórias ou ser obrigado a utilizar seu banco de horas?
Parece uma “economia burra”, certo? E é.
Porque a balança até se desequilibra quando pensamos na frase: “é pior eu usar máscara ou eu contrair covid ‘sem querer’ e ser responsável pela morte do meu filho?”, por exemplo.
Eu sei o que você está pensando: “o governo liberou do uso de máscaras”, “os números caíram”, “o país saiu do estado de emergência”. Sim, mas isso aconteceu por três fatores:
1º a vacinação;
2º o senso de cuidado das pessoas; e
3º a disputa dos políticos por popularidade.
Em março, completamos dois anos de pandemia, em um 2022 repleto de tensão por causa das eleições. Muito está em jogo para os candidatos, e acreditem: se defender o uso da máscara for a causa da perda de votos desses candidatos, eles não o farão.
Pelo contrário.
Inclusive já presenciamos isso, não é?
Medidas consideradas “impopulares” para o eleitorado serão ignoradas e não adiantará dizer “eu votei em você”, quando as coisas piorarem e nós voltarmos a chorar a perda de pessoas queridas. Quando voltarmos a sofrer com demissões e isolamento.
Para ficar claro: este texto não é uma tentativa de eximir políticos eleitos pela força do povo de suas responsabilidades, por ações e, principalmente, omissões, durante um dos momentos mais difíceis da história.
Este texto é, na verdade, uma súplica para que você repense a sua decisão de sair de casa sem máscara. Para que você reflita que o seu funcionário merece ter a saúde resguardada e que o seu chefe não é “mala”, ao exigir a entrada na empresa com máscaras. Para não carregar, no seu coração, a culpa pela contaminação de um familiar.
Tenha fé, mas não jogue para Deus, para o mundo ou para nossos governantes a parcela de responsabilidade que nos cabe.
Faça a sua parte.
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