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“Ler faz bem”, por Luci Bonini

Mário Quintana, grande nome da poesia brasileira, disse: “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.”
Há mais de quatro décadas como professora, vejo que os meus alunos mais brilhantes sempre foram bons leitores. A leitura é para a mente e para o espírito o que os exercícios são para o corpo. Os livros são como professores que nos ensinam, silenciosos e respeitosos. Por isso o hábito de leitura deve ser estimulado desde que as crianças são muito pequenas.

A criança que lê se comunica melhor, compreende o mundo ao seu redor, desenvolve a criatividade mais cedo e, claro, escreve melhor. Quem lê desde a infância desenvolve maior capacidade para os estudos e se concentra melhor para desenvolver qualquer outra tarefa. A leitura nos auxilia a melhorar nosso repertório, ou seja, as informações de que precisamos para tomar decisões, e por isso, nos ensina a entender melhor o mundo a nossa volta.

Tenho pena de quem só lê pedaços de um jornal, ou ainda, apenas assiste à tevê, pois perde uma grande parte da vida que pulsa com os personagens dos livros, que estão sempre ávidos por serem compreendidos.

O país de Machado de Assis, Guimarães Rosa e Jorge Amado, só para citar alguns, não valoriza nem incentiva novos escritores. É muito difícil publicar livro em terras brasileiras – um autor precisa bater em muitas portas antes de conseguir a publicação de seu primeiro livro.

Monteiro Lobato, nosso melhor escritor infantil da primeira metade do século XX, virou alvo de uma discussão estúpida, quando foi acusado de racista. Esqueceram de que tudo neste mundo é datado, tem seu tempo e seu lugar. No caso do criador da Emília e do Visconde foi assim: ele nasceu numa fazenda em Taubaté, em 1882, portanto a escravidão ainda existia no país. Seus personagens como Tia Nastácia e Tio Barnabé, são figuras emblemáticas do Brasil pós-abolição dos escravos.

Monteiro Lobato, que povoou minha infância recontando os mais famosos contos de fada do mundo, precisa ser valorizado. As crianças vão entender a época em que ele viveu e não vão criticá-lo se houver alguém que explique isso a elas! Aliás, assim é a vida: precisamos conhecer o passado para compreender o presente, e a leitura é uma das melhores ferramentas para isso.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)