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“Como os aplicativos comem o orçamento”, por Robinson Guedes

A Internet e os smartphones são cada vez mais comuns em nossa rotina. Com eles, surgem comodidades que facilitam o dia a dia, como a possibilidade de fazer pesquisas de modo instantâneo, conversar com amigos a qualquer hora, além possibilidade de contratação rápida e fácil de serviços úteis. No entanto, a comodidade pode levar ao prejuízo.

Um levantamento feito pela fintech Noh, encomendado pelo portal de notícias G1, aponta que 12,6% do orçamento de casais é voltado apenas para o gasto com aplicativos de alimentação e transporte. O índice pode parecer baixo, no entanto, quando se coloca na balança esses gastos com os demais custos de vida, o valor se mostra alto e pode comprometer a renda familiar a longo prazo.

Os aplicativos de entrega de comida, como o Ifood, representam os maiores vilões nesse segmento. Estima-se que 8,14% do orçamento vai para alimentação em apps, sendo que as compras saem, em média, por R$ 70. A pesquisa também aponta é comum que casais comprem em delivery dia sim, dia não, o que ao fim do mês, acumula um valor muito elevado de gasto, que ainda deve ser conciliado com mercado e outras despesas alimentícias.

Há uma explicação bastante simples para o sucesso dos deliverys e dos apps de transporte, facilidade. Depois de um dia puxado, é mais convidativo pedir comida pronta do que ir para a cozinha preparar o jantar. No entanto, a longo prazo, esse hábito pode ser crucial e tem potencial destrutivo nas rendas, em especial com as variações e flutuações da inflação, que encareceram combustíveis e insumos para a produção de alimentos, o que elevam os valores de fast-food e restaurantes.

Manter uma dieta balanceada e ter o costume de cozinhar em casa são pequenas ações que podem mudar totalmente o orçamento no final do mês de uma residência. Fazer compras mensais e manter uma pequena reserva de materiais, como arroz, feijão, farinha, legumes e verduras, dá inúmeras possibilidades já que muitos desses insumos podem ser utilizados varias vezes, um pacote de arroz de 5kg rende muitas refeições, o mesmo vale para o feijão.

Aqueles que não dispensam uma refeição especial, o delivery ainda é uma opção viável, basta ter controle. Ao invés de pedir várias vezes na semana, escolher um único dia para esse tipo de compra e fazer um jantar ou almoço especial, além de criar um teto de gastos, são uma forma de manter esse momento diferenciado, sem pesar nas contas.

Consciência na hora de gastar é sempre algo que deve ser levado em conta. Mesmo para casais sem filhos, tentar poupar nas despesas diárias, manter uma reserva de emergência e estar preparado para situações fora do comum é a chave para não passar apuros em eventuais momentos de crise, como a troca ou a perda de um emprego.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)