Nesta sexta-feira (21), completará uma década que Beatriz Joanna Von Hohendorff Winck desapareceu na cidade de Aparecida, em São Paulo. Na época do caso, ela tinha 77 anos e participava de uma excursão da terceira idade com cerca de 30 pessoas.
O ônibus havia partido de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, onde moravam, com destino à Aparecida, Poços de Caldas (em Minas Gerais) e Holambra (a 133 km da cidade de São Paulo).
Segundo os familiares, a idosa foi vista pela última vez, enquanto esperava o marido, do lado de fora de uma loja e, desde então, a família nunca mais teve notícias da mulher.
A Polícia Civil de São Paulo investiga o caso, mas até hoje não foi encontrado nenhum indício sobre o paradeiro de Beatriz.
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João, um dos quatro filhos de Beatriz e Delmar Winck, é o principal responsável por buscar notícias da mãe. Desde 2012, ele começou a fazer investigações por conta própria e ações para divulgar o desaparecimento dela.
Atualmente, uma página no Facebook com milhares de seguidores e um site são as principais formas que ele usa para compartilhar o caso e receber possíveis novas informações.
Ao longo dos últimos 10 anos, já recebeu inúmeras mensagens sobre o possível paradeiro da mãe e diversas imagens de idosas que poderiam ser Beatriz. O químico afirma que deu atenção a todas as suspeitas que chegaram e as encaminhou às autoridades policiais.
“Mas nunca houve nada que se tratasse realmente dela“, lamenta.
O desaparecimento
Beatriz morava em Portão, no interior do Rio Grande do Sul, com o marido. Eles eram casados havia cerca de 60 anos e costumavam viajar com frequência a diferentes lugares com grupos de idosos.
“Os meus pais estavam sempre juntos. A minha mãe não fazia nada sem o meu pai“, diz o primogênito do casal.
Pouco antes da viagem a Aparecida, conta João, Beatriz passou por exames que mostraram que ela não enfrentava problemas sérios de memória ou algo que a impedisse de ter a autonomia de participar de excursões com o marido.
No dia em que a aposentada desapareceu, ela e o marido haviam acabado de chegar a Aparecida. Segundo Delmar relatou na época, ele e a esposa decidiram caminhar pelo Santuário, que na data estava lotado de turistas.
Ainda conforme o aposentado contou na época, ele pediu que a esposa o esperasse na porta de uma loja de artigos religiosos enquanto ele aguardava em uma fila para pagar pelos itens que havia comprado.
“Ele pagou e saiu da loja, mas não encontrou mais a minha mãe“, detalha João.
Nos registros de segurança do Santuário, conta João, não havia imagens do momento em que a idosa desapareceu.
“Descobrimos que as filmagens ali eram feitas uma em cima da outra. Então nada ficava registrado.“
Em nota, o Santuário Nacional de Aparecida afirma que colaborou com tudo o que foi “solicitado e direcionado” pela Polícia em relação ao desaparecimento de Beatriz.
O Santuário afirma, ainda em nota, que “possui estrutura e protocolos que são acionados quando as pessoas se desencontram de seus familiares, sendo efetivo o reencontro ainda no mesmo dia.”
Desde o desaparecimento da idosa, os familiares já tentaram diversas formas de encontrar respostas sobre o que aconteceu com Beatriz: distribuíram milhares de panfletos na região de Aparecida, tiveram o apoio de diversos voluntários que se mobilizaram na cidade para procurar Beatriz e divulgaram o caso intensamente por meio da imprensa.
A aposentadoria dela, segundo a família, logo foi bloqueada para evitar que o dinheiro pudesse ser usado por outras pessoas, caso ela tivesse sido vítima de algum tipo de crime. A polícia também começou a fazer buscas por Beatriz.
“Acho muito estranho o desaparecimento dela. A gente fez de tudo, divulgou de todas as formas possíveis e nunca surgiu uma informação concreta, absolutamente nada. Alguém poderia ter visto ela, mas até hoje não temos nada concreto ou qualquer indício. Isso me deixa com a pulga atrás da orelha“, conta João.
Uma década sem resposta
O primogênito de Beatriz estima que recebeu, ao longo dos anos, cerca de 200 fotos de idosas que as pessoas suspeitavam que poderia ser aposentada. Naquelas em que realmente havia alguma característica semelhante à mãe, ele dava mais atenção.
O químico diz ter viajado a dezenas de cidades brasileiras em busca de asilos, hospitais ou qualquer possível pista da mãe, além de ter entrado em contato com autoridades locais em diversas cidades.
Nos últimos anos, diz João, as mensagens com possíveis pistas de Beatriz diminuíram cada vez mais. “Agora são cerca de duas ou três por mês”, estima.
Desde o desaparecimento, ele costuma se apegar a qualquer tipo de informação que possa indicar o paradeiro dela.
João diz que mantém a esperança de descobrir o que aconteceu com Beatriz. “Tenho certeza de que vou encontrar a minha mãe e continuo na busca. O meu sentimento diz que vou encontrá-la viva, mas tenho que estar consciente de que talvez não seja possível. Hoje ela teria 87 anos e a família dela é muito longeva, sempre viveram quase 100 anos. Mas estou consciente de que ela não é mais uma pessoa jovem”, diz.
Para João, esclarecer o desaparecimento da mãe é também uma forma de dar uma resposta ao pai dele. “O meu pai completa 92 anos daqui a duas semanas e está acamado após alguns AVCs (Acidente Vascular Cerebral) nos últimos cinco anos. Ele não consegue ficar em pé sem um apoio, mas está lúcido e tem consciência do desaparecimento da minha mãe. Ele me pergunta às vezes sobre isso e eu digo para ele que isso é responsabilidade minha.”
“É um assunto que a gente não toca mais com ele, porque ele começa a chorar quando fala disso“, acrescenta.
Investigações
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirma que continua apurando o desaparecimento de Beatriz por meio da Delegacia de Polícia de Investigações sobre Pessoas Desaparecidas.
“Qualquer informação que possa contribuir com o trabalho policial pode ser fornecida via Disque Denúncia (181)”, orienta a secretaria.
João Carlos disponibilizou um celular para contato. É o (51) 99145-5391. Além disso, há a página “Onde está Dona Beatriz”, no Facebook, e o site https://www.ondeestadonabeatriz.com.br.
Casos de desaparecimento devem ser comunicados à Polícia de imediato, através de um boletim de ocorrência que pode ser feito pela internet, na delegacia especializada dentro do DHPP, no Distrito Policial mais perto de casa ou do trabalho.
(com informações do portal G1 e da BBC News Brasil)
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