Modelo de Suzano desfila no São Paulo Fashion Week, o maior evento de moda do Brasil

Na última semana, São Paulo foi tomada pelos estilistas e modelos com o São Paulo Fashion Week, o maior evento de moda do Brasil e um dos maiores do mundo.
Dentro de todo esse universo estava estreando em uma das passarelas mais almejadas o jovem Oliver, nome artístico de Guilherme Henrique de Oliveira, modelo de Suzano.
Ao portal HojeDiario.com, ele contou qual foi a sensação de estar realizando o seu sonho de infância.

Início da trajetória

De acordo com Oliver, desde pequeno ele já sentia uma paixão pela moda que o levava a buscar todas as combinações possíveis com as roupas que ele encontrava em casa.
“Loucura pensar que desde muito novo sempre fui apaixonado pela moda, sempre me encantei com o processo que ela traz de criação, inovação, autoconfiança, autoestima e muita personalidade. De fato eu era uma criança curiosa e criativa demais, foi aí que comecei a me introduzir nesses traços da moda, eu passei a usar vestimentas de meus familiares, saltos altos, botas, vestidos e até mesmo maquiagens, trazendo muita expressão e essa essência que sempre me acompanha, de fato eu amava essa construção de me vestir e se arrumar, andava com os saltos altos pela casa e isso era incrível para mim, sempre queria escolher a vestimenta dos familiares”, disse.

Com isso, seus familiares foram percebendo cada vez mais que ele possuía um gosto aflorado pela moda.
“Eu desenvolvia combinações e ali eu viajava nesse universo. Os anos se passaram e ainda criança cheguei a fazer umas fotos, alguns trabalhos, mais nada muito além”, afirma.

Os anos se passaram e o seu desejo de ser um grande modelo continuou a crescer, mas a realidade do mundo da moda o desiludiu por um momento. Apesar do sonho, Oliver sabia que chegar lá não seria fácil e deveria tomar cuidado com quem ele se envolvia em busca disso.

“Eu sonhava muito fazer parte de uma agência de moda e definitivamente ser um modelo profissional. Infelizmente não podemos negar que é um mercado onde há pessoas golpistas que querem ganhar dinheiro em cima das pessoas. Passei por agências de booking que fizeram com que eu investisse em algo que de fato não gerou frutos nenhum para minha trajetória. Com tudo isso acontecendo, eu fiquei bem desiludido dessa ideia toda de ser um grande modelo, mas algo dentro de mim sempre falou mais alto. Eu me deitava todos os dias e conversava com Deus porque era o que eu mais queria para minha vida, era meu sonho profissional”, contou.

Sua mãe, Luciana, também foi muito importante na trajetória do filho. Além de o apoiá-lo em todo o momento, ela tinha um brechó no Jardim Santa Lucia, em Suzano. Mesmo após ter fechado a lojinha, a mulher ainda mantinha contato com alguns dos clientes, inclusive um que a filha se tornou modelo. A moça, Sacha Karpavicius, disse que iria indicar o scouter dela, que a indicou para uma agência de modelos.

Felipe Guimarães, o scouter de Sacha, convidou Oliver, quando ainda era somente Guilherme, para participar do FGMODEL, projeto que contempla potenciais modelos vindos da periferia. A partir daí, Oliver começou a se desenvolver no mundo da moda.
“Tive diversas aulas incríveis onde eu fui lapidado e moldado para ser o modelo que sou hoje. Agradeço demais por essas pessoas acreditarem em mim. Foram meses de muita dedicação, diversas aulas de passarela, aulas de poses, expressões, comunicações, danças arte, academia etc”, contou.

São Paulo Fashion Week

Foi depois disso que Oliver foi introduzido para agências de modelo sérias em São Paulo. Após realizar um processo, foi aprovado para fazer parte da Another Agency, por meio de quem chegou à São Paulo Fashion Week.

Mas o processo não é de uma hora para outra, como conta o modelo.
“É tudo bem corrido. Foram 50 marcas apresentadas na SPFW deste ano. Os modelos recebem castings das marcas que se apresentarão, sendo necessário incluir vídeos e realizar desfiles presencias”, explica.
Depois disso, os modelos devem ir aos locais para se apresentarem aos estilistas, que analisarão o perfil de cada um dos candidatos.
“Agradando o cliente, somos convocados às provas de roupas que é aonde eles definitivamente veem a vestimenta nos modelos e decidem se o perfil do modelo está de acordo com o que eles querem apresentar. Se gostarem e te aprovarem, você vai para a São Paulo Fashion Week”, disse.

No caso de Oliver, três marcas/estilistas o selecionaram. Nos desfiles do grande evento de moda, ele desfilou para a Ana Cecília Gromann (ANACÊ), Walério Araújo e Lino Villaventura. A partir desse momento, era só esperar o dia em que entraria no galpão Komplexo Tempo para se apresentar. Ao chegar lá, a sensação foi de realização.

“Realmente, é muito emocionante. Ao saber que iria desfilar, eu chorei horrores de alegria e de satisfação, pois um sonho estava prestes a acontecer diante dos meus olhos. É um misto de sentimentos, frio na barriga, um filme se passa na sua cabeça de tudo que já passei e estar ali me provou o quão bom eu sou, provou o quanto devemos confiar em nós mesmos. Foi uma realização diante de todo o processo que eu passei”, confidenciou.

Até hoje, ao falar sobre aqueles dias, ele se emociona por saber o que tudo aquilo representou para ele como modelo e para sua carreira.
“Me emociono demais por poder proporcionar essa felicidade e trazer muito orgulho para minha mãe. Esse era um dos meus principais objetivos, definitivamente, eu não acreditava em tudo isso. Confesso que foi difícil para processar o que estava acontecendo. Orgulho de todo meu desenvolvimento e esforços diários para estar ali com uma mente calma para fazer tudo acontecer da melhor maneira possível, com sede de aproveitar cada momento e cada detalhe de tudo isso, grandes criações e desfiles incríveis acontecendo na minha frente. Foi realmente muito sensacional”, completou.

Mas isso não quer dizer que Oliver tenha atingido o topo do que sonhava. Pelo contrário, ele diz que ainda quer evoluir muito mais e se desenvolver como modelo dentro do mundo da moda.
“Quero ainda entender mais sobre conceitos, movimentos e propósitos dentro do mercado da moda, para alinhar minhas crenças com o mercado que eu estou ingressando agora. Quero lapidar minha identidade visual como modelo, entender as tendências de mercado para casar-se com a minha identidade fazer conexões à medida que for adquirindo clientes para crescerem juntos, podendo assim me aprofundar em minhas criações e expressões, e quem sabe, desenvolver até mesmo um shooting autoral”, finalizou.

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