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Criado há 15 anos, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa marca a vida dos moradores do Alto Tietê que lutam por respeito

Celebrado em 21 de janeiro, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa visa alertar a população sobre o problema da intolerância gerado pelo desrespeito às diversas crenças existentes no mundo.

Segundo informações do Governo, a Lei Federal nº 11.635 – de 27 de dezembro de 2007-, foi criada a partir da morte da ialorixá – mãe de santo – Gildásia dos Santos e Santos, mais conhecida como “Mãe Gilda”, fundadora do terreiro de candomblé Ilê Asé Abassá de Ogum, em Salvador – Bahia.   

A candomblecista teve sua casa e seu terreiro invadidos – por um grupo de outra crença – e foi acusada de charlatanismo (que é quando alguém usa da boa-fé de alguém, fingindo alguma situação, para obter – dessa pessoa – benefícios pessoais).

O caso chegou na mídia e, após a publicação de uma matéria no jornal Folha Universal, intitulada “Macumbeiros e Charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”, Mãe Gilda e o marido foram perseguidos, sofreram agressões físicas e verbais e, inclusive, depredações dentro do espaço religioso. Depois de passar por várias situações, a ialorixá teve um infarto fulminante e morreu, em 27 de janeiro de 2000.

A partir deste momento, a data é sempre lembrada com muito respeito, principalmente àqueles que lutam diariamente contra a intolerância. Pensando nisso, o portal HojeDiario.com uniu depoimentos de pessoas de crenças diversas que tem um pedido em comum: Respeito.

“Alguns filhos de fé precisam ocultar a religião para não perderem o emprego e, outros, nem conseguem o emprego quando afirmam que são umbandistas. Algumas crianças já ouviram de colegas na escola que isso é “coisa do diabo” e, inclusive, na rua eu sempre percebo alguém se afastar quando vê as guias que uso no pescoço”, conta a mãe de santo Karina Alves.

Karina, de 36 anos, frequenta uma casa localizada em Biritiba Mirim e afirma que uma das principais missões é tirar o julgamento existente no olhar das pessoas que vivem na cidade, promovendo diversos eventos abertos ao público, para conhecerem a crença e deixem o “pré-conceito” de lado.

Karina Alves – Foto: Arquivo Pessoal

Criado no catolicismo, o sacerdote da Diocese de Mogi das Cruzes Mário Natalini, de 83 anos, afirma que – mesmo nunca tendo que lidar com a intolerância – sempre fez questão de lutar contra o preconceito enraizado em parte da população em sobre outras religiões.

Mário Natalini, ao centro, com grupo de padres e jovens católicos – Foto: Arquivo Pessoal

Natalini alega que, para ele, o maior problema, existente em todas as religiões – inclusive na dele -, são as pessoas que usam do nome da igreja para fazer comércio, visando somente o dinheiro, sem nenhum embasamento de fé.

“É preciso respeitar todas as religiões. Devemos respeitar a liberdade, a consciência, as ideologias e pontos de vista”, completa.

Respeito esse que, a ekedi em um terreiro de candomblé Adriana Santos de Sousa, começou a aprender quando tinha apenas 8 anos, quando ingressou no grupo. Hoje, aos 48, afirma que a religião a trouxe uma nova visão de mundo.

Ekedi Adriana Santos de Souza – Foto: Arquivo Pessoal

A candomblecista, moradora de Mogi das Cruzes, conta que já passou por muitas situações de intolerância religiosa mas, felizmente, também encontrou acolhimento.

“O candomblé é, acima de tudo, um ensinamento. Ele me ensinou que, com toda a diversidade que poderia vir a me deparar durante a vida, o respeito precisaria estar sempre em primeiro lugar. Eu me encontrei dentro dessa doutrina. Com ela pude aprender sobre hierarquia, entender os por quês de cada ação e o seu significado para a nossa vida”, conta.

Além das atribuições, acusações e “olhares tortos”, outra queixa dos frequentadores dessas religiões é a “descrença” de quem não conhece, é o que aponta a espírita Ana Laura Barros Pucharelli, de 23 anos. “Quando comentamos que seguimos o espiritismo e frequentamos, percebo que às vezes as pessoas fazem uma cara feia ou falam que não acreditam, que tudo é ladainha”, afirma.

Ana Laura conta que frequenta um Centro Espírita em Suzano desde os 13 anos, mas sua crença no espiritismo já a acompanha desde pequena.

“O Centro é um lugar que me deixa tranquila, acalma minha mente, um lugar onde todos estão para fazer o bem. Acho que, no final, é isso que importa. Cada um tem sua fé, como cada um tem seus gostos pessoais. Tudo que leva a Deus é válido, seja evangélico, católico, umbandista. Tudo leva a Deus, ao amor e a caridade”, celebra.

Pastor há 36 anos na Igreja Batista Memorial em Mogi das Cruzes, André Silveira, explica que para falar sobre intolerância religiosa é, primeiro, preciso falar sobre a tolerância religiosa, que nada mais é do que a aceitação das diferentes manifestações da fé como um direito de cada cidadão – inclusive o direito de não ter fé alguma.

Silveira afirma que “tolerância” – nos sentidos etimológico, político e ético -, é compreensão, suporte, superação de conflitos e preservação dos direitos.

“A partir do momento que entendemos esse direito, vejo que o outro é diferente e pensa diferente de mim e percebo que ele é tão humano quanto eu sou. Antes de pensar em respeitar determinadas crenças, gostos e jeitos, nós precisamos aprender a respeitar as pessoas na sua individualidade. O outro tem tanto direito quanto eu”, afirma.

Da esquerda para a direita: Ana Laura; André Silveira e Gabriel Potenza – Fotos: Arquivo Pessoal.

Agnóstico há sete anos, o tatuador Gabriel Potenza, de Mogi das Cruzes, tem 23 anos e afirma que já sofreu muita pressão de pessoas próximas, que ficavam indignadas ao escutarem sobre o que acredita. “O agnóstico, diferente do ateu – que não acredita em um ser superior -, acredita na existência de uma força maior regendo o universo, assim como responsável por sua criação. Porém, durante boa parte da minha vida tive minha crença individual questionada e, inclusive, dita como errada”, conta.

“Para mim, essa é uma forma de ver o mundo e entender que somos parte de algo muito maior e, mesmo assim, não apaga nossas individualidades, vivências e propósito. Independentemente do que acreditamos, todas as formas de crença devem ser respeitadas tendo em vista que, em sua maioria, todas têm um propósito em comum: Levar amor e o bem ao próximo”, conclui.

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