PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

“Olhar e ver”, por Luci Bonini

Nem sempre quando olhamos para alguma coisa, vemos tudo o que deveríamos ver. Assim também, nem tudo que escuto ouço.

Com base neste pensamento, retomo aqui a obra de um autor do romantismo brasileiro, Joaquim Manuel de Macedo, o mesmo que escreveu A Moreninha. Este autor tem um livro chamado A Luneta Mágica, a história de um rapaz chamado Simplício, órfão muito cedo, vive com a tia, um homem que administra sua herança, que se chama Américo e a prima Anica.

Simplício era míope, e por não enxergar muito bem, quase não sai de casa. Um dia ele conhece um sujeito que o leva a um profissional que grava em vidros, chamado Reis.

Simplício conversa com Reis sobre seu problema, e este então resolve encaminhar o rapaz para um mágico chamado Armênio. Simplício vai até este homem, que depois de um ritual bastante estranho lhe dá uma lente para que ele possa enxergar com mais nitidez as coisas. Ao entregar a lente, Armênio o adverte de que ele não deve fixar seu olhar para nada além de 3 minutos, pois passado esse tempo, ele estaria vendo o mal que há no mundo, e se ele ultrapassasse o limite de 13 minutos a lente se destruiria automaticamente.

Ansioso por enxergar, Simplício ignora o conselho e passa a fixar a lente nas pessoas a fim de “ver mais à frente”, e com isso, fica decepcionado com todos à sua volta, até que resolve olhar para si mesmo no espelho e ver a maldade que havia nele, destruindo assim a lente que o fazia enxergar.

Vendo que havia feito coisa que não devia, Simplício entra em depressão e quer ver novamente. Mais uma vez retorna ao mago, ele novamente lhe faz uma lente, mas dessa vez avisa que, não deve ultrapassar os três minutos, mas como bom ser humano que é, Simplício desobedece mais uma vez e passa a enxergar o bem em tudo que há. Até o dia que vai a um velório e descobre o quão boa é a morte e resolve se suicidar, porém seu amigo Reis e o mago Armênio o salvam.

Finalmente, o mago lhe faz uma nova lente: a lente do bom senso…

Esse livro é muito atual: no atual panorama das guerras em que vivemos, as redes sociais são como as lentes de Simplício: uns colocam apenas o mal, outros colocam apenas o bem e o bom senso não prevalece.

O equilíbrio, a esta altura da história da humanidade, é de fundamental importância para todos.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)