Quem nunca passou por um drama difícil, um acontecimento terrível, que abalou, consideravelmente, sua atividade, seu trabalho e sua própria vida? Acontecimentos como estes surgem constante e repentinamente, e abalam as estruturas da nossa existência, dos nossos projetos.
A pessoa que sofre se sente acuada e sem chão. Vamos exemplificar: a morte de um parente, de um cônjuge, de um filho, dos pais, uma enfermidade grave, uma perda de emprego, uma catástrofe natural. Tudo isso pode nos destruir física e emocionalmente. A verdade é que somos desconhecidos no meio do desconhecido. Não sabemos com exatidão a razão da nossa existência, nem o que vai acontecer conosco e com quem amamos e/ou convivemos.
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Somos como um barco à deriva no oceano da história. Quem pensa estar no controle, sabe que isso não significa muita coisa. A nossa consciência é pequena em relação ao subconsciente. As nossas lembranças são flashes que aparecem em algum rápido momento da nossa vida. O mistério da nossa existência, as contradições das nossas escolhas, os sentimentos dúbios do nosso coração; as enfermidades conhecidas e não conhecidas do nosso corpo, sugerem grandeza e limite. Grandeza pois somos mais do que pensamos ser e limite pois somos menos que o nosso orgulho imagina ser.
A fé leva em consideração tudo que somos e não somos. Rezar não é enlaçar Deus e obrigá-lo a resolver nossos problemas, também não é fugir da realidade que nos envolve. O difícil e o desconhecido continua sendo difícil e desconhecido, e portanto, doloroso mesmo com fé. Todavia a fé nos permite de reconhecer uma força criadora, redentora que nos completa e dá sentido a tudo que fazemos e realizamos. Essa força é Pessoa, e tem natureza divina. Aliás, três pessoas um só Deus. Deus é Uno e Trino.
Não acreditar em Deus, é confiar exaustivamente na habilidade e na contradição humana. Mas o tempo e as situações vividas, vistas e ouvidas nos mostram que a insanidade nos acompanha e nos amedronta. Somos um tipo de encarnação contraditória. Queremos o bem, mas fazemos o mal. Buscamos a paz, a concórdia, mas facilmente nos desentendemos e nos agredimos. O contexto é extenso demais para nossa pequenez. Diante do desconhecido, do transcendente. Temos de manter uma atitude de adoração e humildade ao Criador, de entendimento, dentro daquilo que é possível, à criatura, nossos irmãos e irmãs. E sabedoria em relação a tudo e a todos.
Sabedoria é se despir da prepotência e da ignorância, da impaciência e da indiferença, e por fim do egoísmo e do orgulho. A vida não é uma ciência exata, nem manifestação de uma clareza absoluta. O que desconhecemos existe, e que conhecemos pode não mais existir. Então assumamos a vida como dom, como presente, e sigamos em frente com doçura, atenção e garra. Deus vos abençoe!
(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)