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“Riscos e prevenção: o câncer de cabeça e pescoço”, por Doutor Jorge Abissamra Filho

Nas últimas décadas, significativos avanços ocorreram na ciência médica, condições de diagnósticos, medicações e tratamentos apresentaram melhoras que contribuíram para mitigar diversas doenças, por outro lado, é cada vez mais urgente a necessidade de preocupação com a qualidade de vida e evitar os fatores de risco que levam ao surgimento do câncer.

As condições da vida na atual sociedade nos colocaram diante de dilemas sensíveis; alterações em hábitos alimentares, o consumo exagerado de álcool, tabaco, atividade sexual sem proteção, por exemplo, apresentam consequências danosas ao longo dos anos.

Diante de tal cenário, o câncer de cabeça e pescoço é um tipo de tumor que se desenvolve de modo silencioso em face de um estilo de vida arriscado, que facilmente pode ser evitado com alterações no cotidiano, ao mesmo passo, quando diagnosticado em sua fase inicial, o tratamento pode resultar em 90% de cura.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a previsão é que surjam 39.500 diagnósticos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil no ano de 20204, o que faz com que esse tipo de tumor seja o quinto maior em incidência em todo o território nacional.

Câncer de cabeça e pescoço se caracteriza pelo surgimento de tumores na região dos lábios, cavidade oral, faringe, laringe, glândulas salivares, cavidade nasal e tireoide. Na maioria absoluta dos casos, os diagnósticos são identificados em pacientes a partir dos 50 anos de idade, com maior prevalência entre homens.

A exposição aos fatores de risco ao longo da vida contribui para o silencioso desenvolvimento das condições do surgimento de tumores; como consumo exagerado de álcool e tabaco, atividade sexual sem proteção, em particular o sexo oral e ausência de cuidado com a higiene bucal. A cada quatro diagnósticos, três são identificados em estágio avançado da doença.

Evitar os fatores de risco ao longo da vida é a condição elementar para a mitigação do câncer de cabeça e pescoço, desse modo, bloquear o consumo excessivo de álcool e tabaco, realizar higiene bucal e acompanhamento odontológico, utilizar preservativo durante a atividade sexual oral, vacinação conta o vírus HPV e alimentação equilibrada são recomendações fundamentais.

Os sintomas mais comuns são caracterizados pelo surgimento de feridas que não são cicatrizadas na região, dores e dificuldade de engolir alimentos, feridas na língua, dificuldade de respiração, perda excessiva de peso quando o paciente não consegue engolir os alimentos, rouquidão, alterações na voz, manchas brancas ou avermelhadas na boca, que podem ser acompanhadas de sangramento, tosse persistente.

É importante salientar que boa parte dos sintomas do câncer de cabeça e pescoço ocorre também em outras doenças, daí a necessidade de apontar que nos casos de tumores, a prevalência dos diagnósticos ocorre a partir dos 50 anos de idade, em sua maioria em homens; a existência de tais sintomas anterior a tal faixa etária, sem que o paciente tenha desenvolvido os fatores de risco, elimina a hipótese do diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço, mas não de outras doenças que carecem de tratamento especializado.

Quando o diagnóstico é realizado, é comum que a doença se encontre em estágio avançado, desse modo, as chances de cura diminuem, quando ocorrem, sequelas severas vão acompanhar os pacientes, reduzindo sobremaneira a qualidade de vida. As cirurgias para extração dos tumores causam mutilações aos pacientes, como a ressecção da língua e/ou parte da boca, parte da face, esvaziamento do pescoço, causando deformidade anatômica. Também é comum o surgimento de sequelas em face do tratamento com a radioterapia, como a diminuição na salivação, da mobilidade oral e do gosto dos alimentos.

Há importantes avanços na oncologia para que os tratamentos sejam cada vez menos invasivos, os procedimentos cirúrgicos estão sendo evitados com o objetivo de diminuir o grau de mutilação aos pacientes.

Diante da necessidade da prevenção, a Associação do Câncer de Boca e Garganta (ACBG) organizou para o mês de julho a Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça Pescoço, uma importante iniciativa para alertar a sociedade brasileira sobre os fatores de risco que levam ao câncer de cabeça e pescoço.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal HojeDiario.com).