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Morre aos 66 anos o ex-boxeador Maguila, ícone do esporte brasileiro

O ex-boxeador José Adilson Maguila morreu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos. A morte foi confirmada pelo Instituto Maguila, entidade criada para promover o boxe e apoiar causas sociais.
Maguila, que fez história no esporte brasileiro, foi diagnosticado há alguns anos com encefalopatia traumática crônica (ETC), doença degenerativa ligada aos traumas repetidos sofridos durante sua carreira nos ringues.

Ao longo de sua trajetória, Maguila participou de 85 lutas, vencendo 77 vezes. Entre suas principais conquistas está o título mundial da Federação Mundial de Boxe (FMB), em 1995.
Atuando por 17 anos como boxeador profissional, o peso-pesado teve uma carreira marcada por grandes desafios.

Maguila iniciou sua trajetória no boxe com o apoio do narrador e empresário Luciano do Valle, que, por meio de sua empresa Luqui, ajudou a alavancar sua carreira. Sob a orientação de Luciano, Maguila treinou com Angelo Dundee, lendário treinador que também trabalhou com ícones do boxe mundial, como Muhammad Ali e George Foreman.

Nos primeiros anos de sua carreira, o ex-boxeador teve um início promissor, com 14 vitórias consecutivas entre 1983 e 1985, período em que ficou invicto e conquistou o Campeonato Sul-Americano dos pesos-pesados. No entanto, mesmo com os bons resultados, Maguila foi criticado pela fragilidade técnica de alguns oponentes e sua própria falta de refinamento em determinados momentos.

Em 1989, Maguila rompeu com a Luqui após desentendimentos com Luciano do Valle, que defendia a aposentadoria do atleta, algo que Maguila não aceitou. Durante os anos 1990, ele teve a oportunidade de enfrentar dois dos maiores boxeadores da história: Evander Holyfield e George Foreman.
Em ambas as lutas, Maguila foi derrotado por nocaute, mas conseguiu competir em alto nível, chegando a disputar o cinturão do Conselho Mundial de Boxe (CMB) contra Holyfield.

A maior conquista de sua carreira veio em 1995, quando venceu o britânico Johnny Nelson e se sagrou campeão mundial da Federação Mundial de Boxe (FMB). Apesar de ser uma organização menos prestigiada, o título foi um marco importante para o esporte no Brasil.
Cinco anos depois, Maguila se aposentou após ser nocauteado pelo compatriota Daniel Frank.

Além dos títulos internacionais, Maguila também foi campeão brasileiro, pentacampeão continental e vencedor do Campeonato das Américas. Seu cartel final incluiu 85 lutas, com 77 vitórias, um empate e apenas sete derrotas.

Maguila não limitou sua atuação ao boxe. Ele também gravou um CD de samba, intitulado “Vida de Campeão”, e se tornou uma figura popular na televisão brasileira, participando de diversos programas, especialmente aos domingos, onde sempre atraía grande audiência.
Em 2010, tentou uma carreira política, candidatando-se a deputado federal pelo Partido Ecológico Nacional (PEN), mas não obteve sucesso nas urnas.