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Família denuncia que homem foi abandonado por equipe do SAMU após sofrer acidente em Mogi das Cruzes; ele foi encontrado morto horas depois

A família do montador de móveis Manoel Ferreira da Silva Neto, de 33 anos, afirma, por meio de denúncia, que ele foi abandonado por profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) após sofrer um acidente de moto na madrugada do último sábado (10) em Mogi das Cruzes. Ele foi atendido no local, mas, horas depois, já pela manhã, foi encontrado morto em outro ponto da cidade.
A Polícia Civil investiga o caso como morte suspeita.

O acidente ocorreu por volta das 3h13 de sábado (10), na avenida Edith Inácia da Silva, no bairro Vila Paulista. Segundo informações, Manoel colidiu com um caminhão-guincho estacionado na via pública.
O dono do veículo acionou o SAMU ao ouvir o impacto da batida. A vítima foi atendida por socorristas ainda consciente, mas relatando estar mal.

Na nota oficial da Polícia Militar encaminhada à imprensa nesta terça-feira (13) (veja na íntegra, abaixo) foi informado que o acidente teria ocorrido na avenida Anchieta e que o corpo foi encontrado na avenida Governador Adhemar de Barros, o que difere dos locais confirmados pelo portal Hoje Diário.

Ainda de acordo com a nota da PM, os profissionais do SAMU relataram que Manoel apresentava comportamento agitado e teria saído da ambulância de forma abrupta, recusando o prosseguimento do atendimento. Com a chegada da Polícia Militar, acionada às 4h45, os socorristas informaram que o homem havia recusado o atendimento médico e dispensaram o apoio policial, encerrando o atendimento no local.

Mais tarde, já pela manhã, por volta das 6h, populares acionaram novamente a Polícia Militar após encontrarem um homem aparentemente sem vida na avenida Anchieta, no distrito de Brás Cubas. Ao chegarem ao local, os agentes confirmaram que se tratava da mesma pessoa atendida anteriormente.
O corpo apresentava ataduras no punho e em um dos joelhos, além de ferimentos constatados posteriormente pela perícia: lesão em membro inferior esquerdo, escoriações no hemitórax direito e fratura na região frontal da cabeça.
Não havia sinais visíveis de ferimentos por arma de fogo.

A morte foi registrada como suspeita na Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes. A Polícia Civil requisitou exames ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC), e investiga também o desaparecimento do celular da vítima.
Imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos próximos ao local do acidente e do ponto onde o corpo foi encontrado foram entregues à polícia e devem ajudar na investigação.
A conduta da equipe do SAMU durante o atendimento é uma das principais linhas de apuração.

Veja na íntegra a nota oficial que a Polícia Militar divulgou sobre o caso à imprensa.
“A Polícia Militar de Mogi das Cruzes, por meio do 17º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), informa que, na madrugada deste sábado (10), por volta das 4h45, foi acionada via Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) para prestar apoio ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), na avenida Anchieta, distrito de Brás Cubas, em Mogi das Cruzes.
A solicitação partiu da equipe médica que atendia um indivíduo envolvido em um acidente de trânsito. Segundo informações preliminares, o homem conduzia uma motocicleta quando colidiu com um caminhão que estaria estacionado na via pública. Segundo relato dos profissionais de saúde, no momento do atendimento o indivíduo apresentava comportamento agitado, chegando a sair da ambulância de forma abrupta, recusando a continuidade do socorro.
Com a chegada da equipe policial-militar, os profissionais do SAMU relataram que o homem recusou atendimento médico, dispensaram o apoio policial e optaram por encerrar o atendimento no local.
Posteriormente, por volta das 6h, uma nova solicitação foi recebida pelo 190, desta vez por populares, relatando a presença de um indivíduo aparentemente em óbito pela avenida Governador Adhemar de Barros. No local, a equipe policial-militar constatou que se tratava da mesma pessoa que havia recusado o socorro médico anteriormente.
Diante da gravidade dos fatos, a Polícia Militar instaurou Inquérito Policial Militar com o objetivo de apurar as circunstâncias da recusa de atendimento por parte da vítima, bem como averiguar eventual omissão de socorro.
A Polícia Militar permanece à disposição da sociedade para garantir a preservação da ordem pública e reitera seu compromisso com a transparência e a responsabilidade na apuração e o pleno esclarecimento dos fatos”,
finalizou.

Manoel deixa esposa e dois filhos.