Em meio à dor da perda, a psicóloga Aletheia de Andrade, de 47 anos, falou com exclusividade ao portal Hoje Diário para defender o genro, Luiz Felipe — único sobrevivente do acidente de carro que matou sua filha, Kyra Luzyara de Andrade, de 20 anos, e Thalita Marques dos Santos Leonardo, de 21. A tragédia ocorreu na madrugada do último domingo (18), na região central de Suzano.
O acidente aconteceu na avenida Antônio Marques Figueira, na Vila Figueira, quando o carro conduzido por Luiz Felipe colidiu com um ônibus. Um dos advogados da família de Kyra, Lucas dos Santos Moura, também comentou o andamento do inquérito.
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Aletheia decidiu se pronunciar publicamente para pedir respeito à memória da filha e responder aos comentários ofensivos direcionados ao genro. Segundo ela, Luiz Felipe e Kyra mantinham um relacionamento amoroso e se amavam profundamente.
Na noite anterior à tragédia (sábado, 17), Kyra, Thalita, Luiz Felipe, Aletheia e outros amigos estiveram em um bar para celebrar o aniversário de 47 anos da mãe de Kyra. Por volta das 4h, Aletheia se despediu da filha, do genro e da amiga, que saíram cerca de 20 minutos depois, em carros separados. Após isso, não teve mais notícias de Kyra.
A notícia do acidente chegou de forma abrupta. Na manhã de domingo (18), Aletheia recebeu uma ligação da mãe de Luiz Felipe, preocupada com o paradeiro dos jovens.
Ela já tinha o endereço do acidente e foi até o local, onde recebeu a confirmação da tragédia.
“Ao contrário do que estão dizendo, o Luiz Felipe não teve intenção de maldade nenhuma com a minha filha. Eles eram um casal jovem e se amavam. A fatalidade aconteceu. Eu não desejo isso a ninguém, mas estou aqui para pedir às pessoas que parem. Ele não teve essa intenção”, afirmou Aletheia, emocionada.
A mãe descreveu Kyra como uma jovem cheia de luz, madura, espontânea e amorosa.
“Ela sorria, pegava na mão, dava risada… Costumo dizer que minha filha, com 20 anos, tinha a maturidade que eu deveria ter com 47! Ela viveu a vida, e viveu muito bem — com o meu apoio!”, declarou.
Sobre Luiz Felipe, Aletheia destacou as semelhanças com a filha:
“Ele não é diferente da Kyra. Onde ele chegava, era bem recebido. Eles já estavam virando ‘o casal top’, sabe? É raro encontrar isso hoje em dia”, disse.
Segundo ela, o casal vivia praticamente junto e fazia planos de casamento. Luiz Felipe, estudante de engenharia, já atuava na área e era visto como um jovem responsável.
“Levava, buscava, era pontual, respeitava horários. Era um menino de família!”, afirmou.
A entrevista foi encerrada com um apelo.
“Às pessoas que estão de fora, eu peço: silenciem. Quem conhecia minha filha sabe que ela estaria aqui, fazendo de tudo por ele. Pela minha filha, eu estou aqui. Porque sei que agora ela descansa”, concluiu, comovida.
O advogado da família de Kyra, Lucas dos Santos Moura, afirmou que acompanha de perto o andamento do inquérito.
“Queremos, sim, a responsabilização do verdadeiro culpado pela morte da Kyra, mas também queremos uma investigação séria. Precisamos do laudo do veículo, da real velocidade do ônibus, da situação do farol — se estava piscando, vermelho, verde. Precisamos esclarecer o que realmente aconteceu”, explicou.
Moura também afirmou que Luiz Felipe preenche os requisitos para responder ao processo em liberdade.
“Ele é primário, tem bons antecedentes, trabalha, cursa faculdade. Não há elementos que justifiquem a prisão preventiva”, pontuou.