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Uso indevido de verba na gestão do ex-prefeito Caio Cunha faz Prefeitura de Mogi das Cruzes devolver mais de meio milhão de reais

A Prefeitura de Mogi das Cruzes reembolsou R$ 558.081,00 ao Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) devido ao uso indevido de recursos durante a gestão do ex-prefeito Caio Cunha. A quantia foi utilizada para a compra de mobiliário para o PIPA HUB, o que violou os termos do contrato de empréstimo firmado com a instituição financeira.

O valor, originalmente destinado à implantação de um sistema de conectividade para o Polo de Tecnologia da cidade, foi considerado fora do escopo definido no contrato. Em documento oficial, o CAF destacou que a despesa não é compatível com os objetivos do programa descritos no Anexo B do acordo.
O reembolso foi efetuado integralmente pela gestão da atual prefeita Mara Bertaiolli em 21 de maio de 2025. Segundo a prefeitura, a devolução teve como finalidade evitar maiores prejuízos à cidade e manter a adimplência do contrato com o banco internacional.

O Comitê Gestor de Crise Financeira, criado em janeiro deste ano, afirmou que essa situação representa mais um impacto negativo herdado da administração anterior. Em nota, o grupo apontou que os recursos foram aplicados fora dos parâmetros previstos, obrigando o município a cobrir o valor com recursos próprios, o que trouxe prejuízo institucional e financeiro para a cidade.

A equipe técnica da gestão atual informou que vem adotando medidas para restabelecer o equilíbrio fiscal do município. Entre essas ações, foi realizada a revisão de mais de cem contratos, gerando uma economia superior a R$ 48 milhões.
O comitê também ressaltou que a irregularidade na aplicação da verba já havia sido indicada por uma auditoria contratada à época, mas, mesmo assim, a despesa foi efetuada no último ano do mandato anterior.

A prefeitura ainda tentou reverter a cobrança junto ao CAF, mas a instituição reforçou, em trocas de mensagens com a Secretaria Municipal de Governo, que a despesa não correspondia ao escopo do programa e que a devolução era necessária para manter a validade do contrato.

Por fim, o comitê lamentou o ressarcimento e criticou a condução da gestão anterior, alegando que verbas que poderiam ter sido usadas em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança, foram desviadas para cobrir prejuízos causados por má administração.

Através de suas redes sociais oficiais, o ex-prefeito se posicionou sobre o assunto, rebatendo a acusação da atual gestão.
Segundo Caio Cunha, não houve qualquer irregularidade na utilização dos valores, tampouco prejuízo aos cofres públicos. Ele afirma que a aquisição — no valor de US$ 100 mil — foi feita dentro do previsto para a implementação do componente de conectividade do programa Cidades Inteligentes, por meio do projeto Pipa Hub. Cunha ainda destacou que o CAF não exigiu a devolução do montante, apenas realizou questionamentos técnicos rotineiros.
Para ele, a atual administração optou por devolver o recurso com juros e desmontar o projeto sem necessidade, numa tentativa de transferir a responsabilidade para sua gestão.