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“Um grupo que rompeu a tradição”, por Luci Bonini

Essa semana um menino dançando numa festa junina na Bahia, fez sucesso dançando uma música com mais ou menos 5 décadas. Cantada por Ney Matogrosso, “Homem com H”.
Vamos retomar alguns pontos históricos. O conjunto Secos & Molhados foi uma Banda de rock brasileira formada na década de 1970, conhecida por sua sonoridade inovadora com MPB e samba, e por suas performances que mesclava rock com ritmos ousados, figurinos emocionais e maquiagem extravagantes.
O nome da banda veio de uma placa de armazém, que um dos integrantes da banda viu em Ubatuba. Nada mais nacional do que uma placa num armazém brasileiro, característico de muitos lugares do país, na época.

A formação inicial do Secos & Molhados, em 1970, tinha os seguintes integrantes João Ricardo, Fred, Antônio Carlos e o som experimental do grupo chamou atenção, marcada pela música O Vira.

Em julho de 1971 há uma troca de integrantes, saem Fred e Antônio Carlos e entram Ney Matogrosso e Gérson Conrad, canções como Sangue Latino e rosa de Hiroshima também são inesquecíveis. Em 1974, depois do segundo disco, que não obteve o alcance do primeiro, os integrantes seguiram carreira solo, e aí entra, então, Ney Matogrosso.

Esse artista, segue com seus trajes diferentes, músicas diferentes e a música Homem com H, dançada por ele nos shows que fez pelo Brasil, lá pelos idos de 77 mais ou menos, um dos quais eu cheguei a ver no teatro, tinha uma performance maravilhosa. A dança cheia de contornos corporais e gestos, a roupa cheia de penas e brilhos, chamava a atenção pelos trejeitos e gingados do corpo.

Voltando ao garoto da Bahia, o próprio Ney Matogrosso elogiou a brilhante performance do menino, dizendo que ele havia inovado nos passos. Pensei, claro que com um espaço enorme de uma quadra numa escola, realmente andar, pular e dançar fica bem mais fácil do que num palco de teatro.

Enfim, ao longo de 5 décadas, muitas coisas mudaram no Brasil, mas pensando em tudo isso, vejo como a questão de gênero evoluiu, e hoje graças a artistas e outras pessoas também que lutaram para que esse preconceito viesse por terra.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal HojeDiario.com).