Na última semana, a jornalista Mara Pinheiro revelou que seu filho, de apenas quatro anos, foi diagnosticado com leucemia durante exames de rotina. A comoção foi imediata — afinal, como é possível uma criança cheia de vida, sem qualquer sintoma, estar enfrentando uma doença tão grave?
Esse caso traz à tona um tema pouco falado, mas extremamente importante: o câncer na infância. E Mara não está sozinha. Em 2022, o apresentador Tiago Leifert também emocionou o país ao contar que sua filha, Lua, foi diagnosticada com um tipo raro de câncer ocular, chamado retinoblastoma, também em estágio precoce. Assim como no caso de Mara, o diagnóstico veio quando tudo parecia normal.
Essas histórias são um alerta silencioso: sim, crianças também podem ter câncer — mesmo quando parecem absolutamente saudáveis.
Sintomas discretos (ou nenhum)
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Ao contrário do que muitos pensam, o câncer infantil nem sempre apresenta sinais claros no início. Muitas vezes, os sintomas se confundem com doenças comuns da infância: palidez, febre, manchas roxas, dores nas pernas, cansaço… ou, em alguns casos, absolutamente nenhum sintoma, como vimos nos casos citados.
Por isso, exames de rotina, atenção aos pequenos sinais e visitas regulares ao pediatra são essenciais. Quando detectado precocemente, o câncer infantil pode ter altíssimas taxas de cura. A leucemia linfoide aguda, por exemplo — o tipo mais comum em crianças — tem chances de cura acima de 80% quando tratada adequadamente.
Retinoblastoma: o câncer que aparece nos olhos
O retinoblastoma é um tipo raro de câncer que afeta a retina, geralmente em crianças com menos de 5 anos de idade. Embora raro, é extremamente agressivo se não for detectado a tempo. Ele pode acometer um ou os dois olhos e, se não tratado, pode colocar em risco não apenas a visão, mas a vida da criança.
O sinal mais comum é o reflexo branco na pupila — algo que às vezes é percebido em fotos com flash, quando um olho da criança aparece “branquinho”, enquanto o outro tem o reflexo vermelho normal. Foi justamente esse detalhe que chamou a atenção dos pais da pequena Lua, filha de Tiago Leifert.
Outros sinais incluem estrabismo (olhos desalinhados), vermelhidão persistente e perda de visão. O diagnóstico precoce é essencial para preservar a visão e, muitas vezes, evitar tratamentos mais invasivos, como a remoção do olho.
Graças à atenção dos pais e ao diagnóstico rápido, Lua pôde iniciar o tratamento com sucesso. O caso se tornou um exemplo de como o olhar atento pode salvar vidas — literalmente.
O impacto na família e o papel da informação
Nenhum pai está preparado para um diagnóstico como esse. A sensação de impotência, o medo do tratamento e as dúvidas sobre o futuro são devastadores. Mas a informação certa, na hora certa, pode fazer toda a diferença.
Tiago Leifert usou sua visibilidade para alertar outros pais sobre a importância de observar sinais discretos. Já Mara Pinheiro expôs sua dor com coragem, contribuindo para que mais famílias fiquem atentas aos exames e rotinas pediátricas.
O que podemos fazer?
- Observar com atenção mudanças no comportamento ou no corpo da criança.
- Manter os check-ups em dia com pediatra e oftalmologista, especialmente nos primeiros anos de vida.
- Buscar ajuda médica ao menor sinal de alerta — em se tratando de câncer, o tempo é fator crucial.
- Falar sobre o tema. O câncer infantil ainda é cercado de tabus, e o silêncio pode ser um inimigo.
Se há algo que os casos de Mara e Tiago nos ensinam é que não existe exagero quando se trata da saúde de uma criança. O câncer pode estar onde menos se espera — mas a cura também.
A informação é uma arma poderosa, e quanto mais ela chegar às famílias, maior será a chance de proteger o que temos de mais precioso: nossos filhos.