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“Adeus a Preta Gil”, por Doutor Jorge Abisamra Filho

No último domingo (20), a medicina se curvou diante da coragem. A arte se cala em respeito à dor. E todos nós nos unimos em luto pela partida precoce de Preta Gil. Preta, foi muito além do palco. Em sua luta contra o câncer, ela se tornou um símbolo de esperança, de dignidade e de resistência. Foi paciente, mas também foi protagonista. Enfrentou o diagnóstico com uma postura firme, sem jamais deixar que a doença definisse sua essência.

Como oncologista, testemunho diariamente o peso do tratamento oncológico, suas limitações e suas incertezas. E é por isso que histórias como a de Preta nos marcam profundamente. Ela tentou tudo o que a medicina tinha a oferecer. E, mesmo quando as estatísticas se mostravam adversas, ela acreditou. Questionou. Lutou. Foi além dos protocolos. Desafiou a ciência com a força de quem ama a vida e não desiste de viver.

Preta nos ensinou que o cuidado não se resume à cura — ele inclui também o afeto, a escuta, o respeito pelo tempo do outro. Ela humanizou a batalha contra o câncer com generosidade, com verdade, com luz.

Hoje, não perdemos apenas uma artista. Perdemos uma voz que inspirou pacientes, médicos e famílias. Mas seu legado permanece. E é com profunda gratidão e respeito que me despeço desta mulher que foi, até o fim, maior do que o diagnóstico.

Meus sentimentos à família, aos amigos e a todos os que, como eu, se sentiram tocados por sua trajetória.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal HojeDiario.com).