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“Câncer de intestino faz mais uma vítima: o alerta que o Brasil precisa ouvir”, por Doutor Jorge Abissamra Filho

Nesta semana, o Brasil perdeu o ator Mauricio Silveira, de apenas 48 anos, para o câncer colorretal — o mesmo tipo de tumor que acometeu a cantora Preta Gil e que vem crescendo silenciosamente entre homens e mulheres jovens no país.
Mauricio estava internado devido a complicações de uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino grosso. Entrou em coma induzido e não resistiu. A notícia nos comove, mas acima de tudo, precisa nos mobilizar.

Assim como Preta Gil — que tornou pública sua luta com coragem e dignidade — Mauricio enfrentava um inimigo traiçoeiro, que pode evoluir de forma silenciosa, sem sintomas por anos. Quando detectado tardiamente, o prognóstico se torna mais difícil, mesmo com todos os recursos disponíveis.

Um câncer evitável, mas subestimado

Como oncologista, insisto: o câncer colorretal é um dos poucos tumores que podemos prevenir e diagnosticar precocemente com exames simples, como a colonoscopia. Em muitos casos, conseguimos identificar e remover pólipos antes que eles virem câncer.

A recomendação atual é que homens e mulheres a partir dos 45 anos realizem o exame, ainda que estejam assintomáticos. Quem tem histórico familiar, deve começar antes. E sintomas como:

  • Sangue nas fezes
  • Alteração persistente do hábito intestinal (diarreia ou constipação)
  • Perda de peso inexplicada
  • Dor abdominal crônica

precisam ser levados a sério.

A morte de Mauricio e a de Preta Gil escancaram uma verdade incômoda: não estamos falando o suficiente sobre esse tipo de câncer. Existe vergonha em falar sobre o intestino. Medo de fazer colonoscopia. Negligência com sinais do corpo.
Mas o câncer não espera.

Precisamos transformar o luto em ação. Incentivar campanhas públicas, acesso à colonoscopia no SUS, e principalmente, despertar o senso de urgência nas pessoas comuns. Prevenção salva vidas. Informação salva vidas. Coragem salva vidas.

Mauricio se foi cedo demais. Preta também. Que essas histórias sejam mais do que manchetes — que virem alerta e atitude.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opnião do Portal HojeDiario.com).