Vereadores de Mogi das Cruzes aprovaram na última terça-feira (09) uma moção de repúdio contra o cantor LGBTQIAPN+ Johnny Hooker, em razão de declarações feitas em um antigo show nas quais o artista teria se referido a Jesus Cristo com termos considerados ofensivos à fé cristã. A proposta, de autoria do vereador Felipe Lintz, recebeu apoio da maioria dos parlamentares, com exceção dos votos contrários dos vereadores Inês Paz e Iduigues Martins.
O texto da moção destaca a importância da fé cristã na cultura local e defende que a Câmara Municipal tem o dever de preservar esses valores. O artista se apresentará na cidade em 20 de setembro, na Geodésica do Sesc, o que também teria motivado a moção de Lintz.
Durante a sessão, manifestações contrárias à moção resultaram em tumulto no plenário. Segundo o Fórum Mogiano LGBT+, o vereador Felipe Lintz teria proferido ofensas pessoais contra integrantes da comunidade LGBTQIA+ presentes na galeria, incluindo termos depreciativos relacionados à aparência dos jovens e insinuações sobre uso de drogas.
Ainda de acordo com o coletivo, o parlamentar reagiu aos protestos com agressividade, mandando os manifestantes “calar a boca” e chamando um deles de “vagabundo”, o que levantou críticas sobre sua postura e o respeito ao decoro parlamentar.
Em nota, o Fórum classificou a moção como um ataque político motivado por interesses ideológicos e acusou setores da extrema-direita de usarem a pauta LGBTQIA+ como distração frente a temas nacionais mais relevantes. O fórum ainda afirmou que tomará medidas legais contra o parlamentar, alegando prática discriminatória e violação de direitos fundamentais, ao mesmo tempo em que criticou a Câmara por priorizar debates considerados improdutivos diante dos inúmeros problemas enfrentados pela cidade.