Na última semana, a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com um câncer de pele em estágio precoce voltou a trazer os holofotes para um tema que, embora muito comum, ainda é cercado de mitos e desatenção: o câncer de pele. Segundo os médicos, as lesões suspeitas foram removidas e não há necessidade de tratamento complementar imediato — apenas acompanhamento clínico. Essa conduta é típica quando o tumor é identificado em fases iniciais, com altas chances de cura.
O que é o carcinoma de células escamosas?
O tipo identificado — carcinoma espinocelular ou de células escamosas — é o segundo câncer de pele mais comum (fica atrás apenas do carcinoma basocelular). Ele surge principalmente em áreas expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço e braços. Embora seja menos agressivo que o melanoma, pode se tornar grave se não tratado, com risco de infiltração local e até metástases em casos avançados.
O caso ganhou repercussão justamente porque ilustra o poder do diagnóstico precoce. Quando descoberto em fase inicial, o tratamento pode se resumir a uma cirurgia simples para remoção da lesão, com índices de cura que ultrapassam 95%. Já em estágios avançados, o tratamento pode exigir cirurgias mais extensas, radioterapia, imunoterapia ou até quimioterapia.
Apesar de altamente tratável, o câncer de pele continua sendo o mais frequente em todo o mundo. No Brasil, segundo o INCA, são mais de 185 mil novos casos por ano. A principal causa é a exposição solar acumulada ao longo da vida, especialmente sem proteção.
- As medidas preventivas são conhecidas, mas ainda pouco praticadas:
- Uso diário de protetor solar (FPS 30 ou mais).
- Evitar o sol entre 10h e 16h.
- Usar chapéus, óculos e roupas com proteção UV.
- Fazer autoexame da pele regularmente.
- Consultar o dermatologista em caso de manchas ou feridas que não cicatrizam, crescem ou sangram.
Quando uma figura pública recebe um diagnóstico, a atenção da população aumenta. O episódio deve servir como alerta coletivo: todos estamos sujeitos ao câncer de pele, independentemente da posição social. A diferença entre um problema pequeno e um grande desafio está em quando ele é identificado.
Assim, o diagnóstico precoce não é apenas um termo técnico — é a linha que separa um tratamento simples de uma doença potencialmente grave. Que essa notícia seja um estímulo para cada um de nós cuidar melhor da pele, do sol que tomamos e das consultas que adiamos.



