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“Se mulher votasse em mulher?”, por Luci Bonini

As mulheres na política, tanto no mundo como no Brasil, é fenômeno recente. É do século XIX que tem início a luta pelo movimento que tomou força nos Estados Unidos. 

Vale lembrar, que em 1789, na Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão, considerava os homens como cidadãos, ela simplesmente não considerou as mulheres.

Olhando-se para o Brasil, as dificuldades não foram diferentes, pensou-se em dar o voto a mulher na constituição de 1891, mas isso não aconteceu. Foi em 1927, no Rio Grande do Norte, no município de Mossoró que uma mulher conseguiu ser eleitora, mas só em 1932, com o Novo Código Eleitoral é que as mulheres conseguiram o direito de votar e serem votadas.

Dados do IBGE demonstram, que em 2019, estima-se que nós, mulheres, somos 51,8% da população. E se as mulheres votassem apenas em mulheres, qual seria o cenário brasileiro depois das eleições municipais?

Imagine a notícia de dezembro de 2020: “Brasil elege 5.570 prefeitas, e 89% das cadeiras nas câmaras municipais brasileiras são ocupadas por mulheres.” E o texto do jornal seria mais ou menos assim:  “As mulheres venceram as eleições em todos os municípios brasileiros. “

Em 2009 quando a Lei 12.034 tornou obrigatório o percentual mínimo de 30% para candidaturas femininas, ninguém imaginava que um dia os municípios brasileiros estariam sob o comando das mulheres e as câmaras municipais teriam uma representatividade muito maior que o coeficiente normalizado por essa lei.”

E assim, o texto seguiria narrando os avanços da população feminina como chefes de família, nos cenários dos outros poderes como o judiciário, por exemplo, e até mesmo ocupando profissões, cujas tarefas, anteriormente, só os homens as executavam. Ah, e ainda, o texto demonstraria que as mulheres vivem mais, cuidam mais da saúde, pois vão mais aos médicos do que os homens, e, conseguem dar conta de muitas tarefas.

E se as mulheres votassem apenas em mulheres, o que será que aconteceria?

(Esse texto não expressa, necessariamente, a opinião do site HojeDiário.com).

  • Na foto de capa do artigo: Mulheres líderes de países que se destacaram de maneira positiva no enfrentamento a Covid-19. Na foto estão a Chanceler Federal da Alemanha, Angela Merkel, a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, a Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, a Primeira-ministra da Noruega, Erna Soldberg e a Primeira-ministra da Dinarma, Mette Frederiksen.