O secretário Estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, confirmou que dez trabalhadores da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foram demitidos por justa causa, nesta terça-feira (24), durante a greve dos ferroviários nas linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Segundo Baldy, as demissões servem de exemplo para os outros trabalhadores que aderiram a paralisação.
“Em torno de 10 trabalhadores estão sendo demitidos para que a gente dê como exemplo para que não se prejudique novamente essas centenas de milhares de passageiros”, disse o secretário em entrevista ao programa Manhã Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes ancorado por José Luiz Datena. “Greve é direito, desde que não prejudique o direito dos outros. No caso do transporte público, atrapalha trabalhadores de toda parte da cidade. Com a CPTM, especialmente na zona leste. Não há a possibilidade de ônibus suprir a falta do transporte sobre trilhos. Os trens transportam até 2 mil passageiros a cada 2 minutos. Os ônibus, em torno de 70 ou 80. É inviável. No caso dessa greve, pegou muitos trabalhadores de surpresa”, continuou.
Ainda segundo o secretário, foi proposto um reajuste salarial de 10% aos funcionários da CPTM, considerando 2020 e 2021, em 10 parcelas. Para ele, “não tem justificativa paralisar prejudicando milhares de pessoas em virtude de um direito que hoje milhões de brasileiros sonhariam em possuir”. Ele também afirmou que a linha 11-Coral opera com no máximo 30% da frota. Já as linhas 12-Safira e 13-Jade foram totalmente paralisadas, afetando muitos municípios do Alto Tietê, incluindo Suzano e Mogi das Cruzes. Segundo o secretário, mais de meio milhão de passageiros foram prejudicados nesta terça.
Já é a segunda greve em pouco mais de um mês. Em 15 de julho, empregados da CPTM já haviam feito uma greve pedindo uma renegociação salarial. Na época, após uma reunião, foi prometido que a empresa pagaria uma parte (50%) do Programa de Participação de Resultados (PPR) em agosto e a outra parte (50%) em janeiro de 2022, além de haver garantia de que não haveriam novas greves em curto prazo.
“Marcamos reunião dias atrás com três sindicatos. A CPTM é representada por três. Um deles, o que paralisa hoje, decidiu não entrar com os dois demais. Chegaram depois e já havíamos deixado o local. Eles não quiserem participar em conjunto por alguma razão específica entre eles”, disse Baldy.
Por fim, o secretário cobrou os funcionários grevistas e o sindicato. “Faço um desafio ao sindicato: que se manifeste publicamente para entendermos o pleito. Repito, o reajuste foi atendido. Qual pleito falta para chegarmos ao acordo e voltarmos com a operação?”
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