Há cinco anos, desaparecia Severino Clarindo do Carmo, na área central de Suzano

Em 29 de março de 2022, completou exatos cinco anos do desaparecimento de Severino Clarindo do Carmo, hoje com 78 anos.
Em 2017, o idoso desapareceu após ir ao Banco Mercantil, na área central da cidade, para receber uma quantia em dinheiro, referente a sua aposentadoria.
Os filhos de Severino, César e Sérgio, revelaram ao portal HojeDiario.com as poucas informações que obtiveram nos últimos anos, além de contarem como convivem com essa situação após tanto tempo.

Severino morou no bairro Jardim São José, em Suzano, por mais de 37 anos, junto de sua família: seus quatro filhos e sua esposa.
Quando desapareceu, o idoso usava uma camisa jeans, calça do mesmo tom e um chapéu claro.
O homem, porém, nunca chegou a sacar o dinheiro em Suzano, mas em Mogi das Cruzes, de manhã e à tarde. A suspeita é que Severino foi feito de refém e usado para retirar montantes de dinheiro aos quais ele tinha direito.
Um dos filhos teve acesso a um vídeo que mostra uma mulher dopando o idoso na hora que ele se dirigia ao banco, mas disse que mesmo com essas informações na época, não foi possível localizar o idoso.

Ao portal HojeDiario.com, Sérgio do Carmo, de 43 anos, disse que a vida mudou muito desde o desaparecimento do pai e que a situação ainda é um baque para eles.
“A nossa família está bem. Realmente foi tudo um baque para nossa família, mudou a nossa vida. A visão que tínhamos, sobre nosso pai, nossa família. Sentimos tanta falta, principalmente a minha mãe. Hoje ela tem 75 anos e, graças a Deus, ela foi a que reagiu melhor, com mais força com mais garra pode sustentar a nossa família. Claro com a graça de Deus, que nos sustenta, mas ela foi a mais forte entre nós. Porque, querendo ou não, mais de 50 anos de casamento e o companheiro sumir assim, só por Deus, mas estamos fortes e firmes”, contou.

O outro filho, César Barelle, de 43 anos, também falou com o portal HojeDiario.com e destacou a mãe em meio ao doloroso processo. “Para minha mãe, pelo laço de 50 anos de casamento, é muito mais difícil. E ela sonha toda semana com ele voltando para casa, o tempo todo. É muito difícil. Nós passamos quatro ou cinco anos juntos e já é difícil, imagina para quem passa 50 anos. Eles têm uma história de vida juntos”, ressaltou.

César falou que a família teve que lidar com muitas notícias falsas e até mesmo pedidos de resgate fraudulentos, durante as buscas. “Infelizmente, não tivemos mais nada de informação e ainda tivemos que lidar com muitas notícias falsas, pedidos de resgate falsos. Mas eram só pessoas tentando aproveitar a situação e ganhar dinheiro em cima do sofrimento da gente”, disse.

Após os cinco anos esperando, a dor ainda se faz presente na família, além de toda a indefinição e incerteza a respeito do que ocorreu com Severino deixa tudo muito pior.
“Isso é algo que nós continuamos tendo esperança, mas não descansando o coração. Às vezes bate a saudade, bate a tristeza. É até difícil de explicar. Nós sabemos que todo mundo vai morrer, todo mundo vai embora, ninguém é eterno. Mas você não ter o direito de descansar, de dar um adeus é muito desgastante emocionalmente. Posso te falar com toda certeza que é muito pior que a morte”, destacou Sérgio.

“Nós somos uma família de muito fé em Deus e somos unidos. Mesmo tendo passado cinco anos, todo dia algo lembra ele. Nós lembramos, o Facebook lembra, as pessoas perguntam. E vai ser assim para o resto da vida, se não tivermos uma resposta. E isso é pior que a morte, porque se tivéssemos encontrado ele, era ‘beleza, sabemos que ele morreu’, era mais fácil de lidar. Nesses anos várias vezes tivemos que identificar corpos e tinha momentos em que nós desejávamos que fosse ele, para a gente pudesse descansar. Mas era uma mistura de sentimentos. É uma dor com saudades, boas lembranças”, continua César.

Durante a entrevista, César destacou o jeito do pai. Segundo ele, Severino tinha o costume de dividir parte do valor de seu benefício com as pessoas que precisavam. Também disse que o homem sempre foi alegre, lúcido, do bem, e nunca reclamava de nada.
“Nunca vi esse homem nem precisar ir ao hospital, nem nunca reclamar de dor de dente”, disse ele aos risos.
“Quando ele ia medir colesterol, açúcar e coisas assim, ele estava melhor que o médico”. O filho também acredita que, quem quer que tenha feito algo com seu pai, se aproveitou da bondade dele em ajudar as pessoas.

Sérgio disse que, apesar da falta de informações e de perspectivas, a esperança permanece.
“A gente não sabe o que aconteceu. Nós temos esperança sim. Nós vemos, às vezes, pessoas parecidas e pensa: ‘nossa, será que é ele? Como será que ele está?’ Uma prima minha chegou a conversar com um investigador, mas ele disse que não havia nenhuma notícia, nenhum registro. Muito complicado, mas o resto é esperar em Deus e a vontade dele. Saber e entender o porquê aconteceu é difícil. Acho que nem tudo nessa vida tem explicação. Talvez algum dia diante de Deus, nós entendamos. Talvez nós entendamos antes. Não sei. Mas nós continuamos na esperança, querendo um final feliz para tudo isso, ou que acabe pelo menos esse assunto e seja resolvido”, finalizou.

“É muito difícil. Hoje minha mãe tem 75 anos, por exemplo, e todo dia nós tocamos no assunto do pai. Será que ele está no hospital? Vai que, não é? Ela está esperando por ele diariamente. Nós conseguimos assimilar as coisas um pouco melhor e a esperança acaba sendo um pouco menor, mas a da minha mãe ainda é maior, esperança de que ele esteja vivo, de que esteja perdido em alguma cidade. Mas é algo bem baixo. Não tivemos mais nada, nem um fio de cabelo de pista. Só encontramos o chapéu dele. Mas não encontramos mais nada. É muito difícil”, terminou César.

Por fim, ambos os filhos de Severino agradeceram e disseram que ainda esperam que a situação a respeito do pai seja solucionada logo.
Caso você, leitor(a) do portal HojeDiario.com, tiver qualquer informação a respeito de Severino Clarindo do Carmo, entre em contato com 190 ou com os telefones (11) 96746-5278 (Sérgio, filho) e (11) 98293-7140 (César, filho).

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