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“Debates”, por Marcelo Candido

Uma celeuma foi criada a partir da declaração do presidente Jair Bolsonaro que deu a entender que ele não participaria dos debates eleitorais neste ano, exceto no segundo turno, caso aconteça e ele chegue lá. Provocado a respeito do assunto, o ex-presidente Lula deixou no ar que poderia não participar, caso o Presidente deixasse de comparecer aos debates.

Porém, diferentemente do atual, o ex-presidente, através de sua assessoria, sugeriu a redução na quantidade dos debates previstos e a organização dos mesmos na forma de “pool” de veículos de comunicação que pudesse organizá-los sem que uma única emissora assumisse com exclusividade a condução de cada um dos debates.

O presidenciável Ciro Gomes, por sua vez, tem reclamado diante da possibilidade da não participação nos debates das duas candidaturas que lideram as pesquisas até o atual momento alegando que isso seria um desserviço ao processo eleitoral e à democracia brasileira.

É notória a importância dos debates em qualquer pleito eleitoral porque eles muito contribuem para que os eleitores possam tomar decisões mais estruturadas. Porém, os modelos de campanha atuais prescindem de muitas formas antes consagradas, que ora podem permitir que um candidato ausente nos debates ganhe assim mesmo as eleições, como foi em 2018 no Brasil. Entretanto, qual a real importância dos debates eleitorais? Arriscarei aqui um palpite.

Gosto muito dos debates eleitorais e os vejo como um evento de grande importância para que as pessoas possam decidir com mais consciência, visto que os confrontos entre as candidaturas oferecem elementos de comparação. Nas propagandas eleitorais convencionais ou mesmo nas mais atuais que se sustentam nas redes sociais, existe preparação prévia que de certo modo torna aquilo que chega ao eleitor algo minuciosamente planejado. Nos debates aparecem os elementos surpresa, ou seja, questões que não estavam previstas e que, portanto, tem a capacidade de expor se a candidata ou candidato está ou não preparado.

É claro que a ninguém é dada a capacidade de dominar todo e qualquer assunto. Mas, para quem quer ser representante do povo, é razoável supor que a depender de seu desempenho nos debates, a pessoa possa se apresentar menos ou mais preparada para exercer a função pleiteada.

Embora caibam muitos outros argumentos a respeito da questão dos debates, o espaço aqui disponível não me permite ir além daquilo que escolhi destacar nesta ocasião, sabendo que um tema como este proposto sempre haverá de insuflar as opiniões. Posto isto, espero ansiosamente pelos debates. Gostaria muito de ver os candidatos expostos à opinião pública sem as amarras da propaganda própria de cada um.

Expostos, revelarão ou reforçarão sua personalidade e, a partir disso, darão aos eleitores os argumentos para que eles decidam. Por fim, deixo registrado que os debates representam apenas mais um elemento que favorece a decisão, mas está muito longe de ser o mais importante. É apenas mais um, e participar ou não depende da estratégia de cada candidatura.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)