A Câmara de Vereadores de Suzano realizou, nesta segunda-feira (10), uma audiência pública para tratar sobre a segurança nas escolas após uma série de ameaças falsas em unidades de ensino da cidade nos últimos dias.
A reunião foi marcada por protestos de muitos pais e responsáveis por alunos. Eles criticaram a demora em ouvir a população e contestaram as medidas destacadas pelos integrantes do Poder Público.
A população presente portava cartazes pedindo mais segurança nas escolas e o fim da violência.
A audiência foi presidida pelo vereador Professor Edirlei e a mesa foi composta pela diretora Regional de Ensino – Suzano e Ferraz de Vasconcelos, Mara Bioto; pelo secretário municipal de Educação de Suzano, Leandro Bassini; pelo secretário municipal de Segurança Cidadã, Afrânio Evaristo.
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Durante sua fala, Mara disse que os professores também têm passado pela mesma vulnerabilidade que os alunos.
“Em termos de segurança somos tão vulneráveis quanto os alunos. Em todos os casos de ataques às escolas, funcionários também foram feridos. Ainda por cima, estamos numa onda de fake news que em alguns momentos ligamos para as escolas e às vezes nem a diretoria sabe como surgiram esses boatos [de supostos massacres]. Desde que isso se iniciou, temos instalado câmeras, foi dificultado o acesso às escolas e temos profissionais para atender os alunos em todas as escolas”, disse.
Segundo ela, a Secretaria Estadual de Educação propôs que haja psicólogos nas escolas estaduais, ampliação do número de Professores Orientadores de Convivência (POC). Mara também disse que a pasta estadual questiona a opinião dos professores estaduais a respeito da presença de policiais armados nas escolas estaduais.
O secretário Leandro Bassini disse as medidas do Poder Público devem ser tomadas de maneira racional.
“É necessário pensarmos muito mais do que em barreiras físicas e forma de repressão. É muito mais do que isso. Isso pode ser implantado, mas tem que ser feito com racionalidade. É necessário nos perguntarmos quantas horas por dia oferecemos atenção para nossos filhos. É necessário monitorarmos os celulares dos nossos filhos. Reproduzir anúncios de ataques às escolas não vai ajudar, mas só contribui para que o pânico aumente. Isso tem que ser levado para as autoridades. Há uma força tarefa do governo municipal, estadual e federal para impedir esse crescimento de ataques”, ressaltou.
O secretário municipal também fez questão destacar que a segurança das escolas estaduais não são de responsabilidade do município, mas sim do Governo de São Paulo.
O secretário municipal de Segurança, Afrânio Evaristo também disse que entre as medidas que serão tomadas pela Prefeitura está o aumento do efetivo da Guarda Civil Municipal.
“Enquanto município, seguimos atuando com todas as ferramentas possíveis e traçando novas estratégias que atendam aos anseios da população. Por isso, iremos convocar mais 40 candidatos aprovados no concurso da GCM, a fim de aumentar o efetivo com agentes preparados e intensificar o patrulhamento nas escolas, garantindo a segurança necessária e inibindo qualquer tipo de prática delituosa”, afirmou.
Evaristo disse que as rondas serão realizadas em todas as escolas municipais e também em como apoio nas escolas estaduais de Suzano. Ele ainda destacou que todas as viaturas da GCM serão disponibilizadas para essas ações.
Os pais e responsáveis presentes na reunião montaram uma lista de propostas que foi entregue aos vereadores, à Prefeitura de Suzano e para a dirigente de Ensino, que prometeu passar todas as demandas para a Secretaria Estadual de Educação. Entre as demandas estavam:
- Psicólogos (acompanhamento dos alunos e funcionários das unidades escolares);
- Armas não letais de choque/spray de pimenta;
- Porta giratória com detector de metal;
- Policiamento ostensivo;
- Contratação de maior efetivo temporário com possibilidade de prorrogação de contrato daqueles que já passaram no concurso público da Polícia Militar;
- Armário nas escolas;
- Treinamento de defesa pessoal para todos os funcionários;
- Câmeras de segurança com DRV;
- Cerca elétrica nas unidades.
Ao final da audiência, foi realizado um minuto de silêncio em homenagens às vítimas dos ataques recentes nas escolas em Blumenau e em São Paulo.