A Câmara Municipal de Vereadores Mogi das Cruzes concedeu, na última sexta-feira (23), o título de “Cidadão Mogiano” ao engenheiro civil, advogado e jornalista Francisco Alves de Lima.
Com 84 anos, bisavô, avô e pai de seis filhos, Alves de Lima recebeu a mais elevada honraria municipal por cumprimento de um Decreto Legislativo, proposto pelo vereador Policial Maurino.
Os trabalhos legislativos foram conduzidos pela vereadora Fernanda Moreno, segunda vice-presidente, com o vereador Osvaldo Silva na primeira-secretaria.
Como convidados da Casa de Leis, a mesa diretiva contou com o presidente do Fundo Social de Solidariedade, Márcio Maldonado, representando o prefeito Caio Cunha, com o procurador-geral do Município, Fábio Mutsuaki Nakana, e com a presidente do Lions Braz Cubas, Fátima Couto.
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Em sua fala, o vereador Maurino exaltou a atuação do advogado na área social e nas contribuições feitas a cidade durante sua vida.
“Tenho orgulho de conceder a maior honraria desta Casa de Leis a esse ilustre advogado. A homenagem foi aprovada por todos os vereadores. Isso significa o reconhecimento do trabalho dele na cidade de Mogi das Cruzes. Ele atuou muito na área social. A missão do advogado reveste-se de caráter institucional. A atuação deve ser independente, longe de coação e ameaças. É uma luta pela liberdade, pelo direito, contra as arbitrariedades e injustiças. Por tudo isso, é que o Poder Legislativo, que representa todo o povo mogiano, enaltece o trabalho do senhor Alves de Lima pela nossa Mogi das Cruzes”, disse Maurino.
Márcio Maldonado, presidente do Fundo Social, agradeceu a oportunidade de homenagear Alves de Lima.
“Que alegria participar desta justa homenagem. Quando o prefeito pediu para que eu o representasse nesta cerimônia, fiquei cheio de alegria. Tenho grande apreço pelo senhor Alves de Lima, eu o conheço desde pequeno, conheço também seus filhos. A família Lima fez parte da minha infância. É um privilégio estar aqui hoje, já que nosso ilustre homenageado sempre lutou pelo melhor para Mogi das Cruzes”, disse.
O homenageado disse que ficou surpreso quando soube que receberia o título e que apesar de sua atuação relevante para a cidade, nunca o fez buscando qualquer prestígio.
“Meus seis filhos, cinco netos e dois bisnetos estão aqui. Falar de família é falar da gente. Ela é a célula máter da sociedade. Quando a família prospera, a sociedade se fortalece. Meus familiares viviam me chateando: dizendo que eram mogianos e eu não. Agora, não vão mais poder fazer essa brincadeira. Obrigado, vereador Maurino. Jamais imaginei estar aqui neste recinto”, afirmou.
Em seguida, ele leu um poema de sua autoria em elogio a Mogi das Cruzes.
“Fico enebriado pelo seu acolhimento. Seu encanto é extasiante e apossou-se do meu ser. Em teu solo, cravei minhas esperanças. Outras vidas de mim, em teu solo, germinaram: filhos, netos e bisnetos. Com eles, percebi tua grandeza. Sou apaixonado por essa Cidade e um eterno devedor”, disse.
Biografia
Nascido em 25 de junho de 1939 na Paraíba, Alves de Lima foi o sétimo filho de 13 irmãos. Em razão da pobreza quase absoluta da família, eram considerados nômades, pois mudavam constantemente de local, buscando a mera sobrevivência. Foi alfabetizado ainda na infância na pequena cidade de Umbuzeiro, a qual tornou-se famosa por ser a cidade de nascimento do jornalista Assis Chateaubriand.
Mesmo em tenra idade, aos 10 anos, e semianalfabeto, conseguiu compor o seu primeiro poema, inspirado nas obras do famoso jornalista. Em 1956, quando ainda era adolescente, Alves de Lima resolveu se mudar para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde serviu ao Exército por três anos.
Ingressou na Escola de Engenharia da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) em 1974, graduando-se engenheiro em 1979. Foi nesta instituição universitária, no mesmo período do curso de Engenharia, que cursou a cadeira de Direito, integrando a primeira turma de Direito da UMC.
Em 1976, ainda estudante de Engenharia, o homenageado conheceu personagens daquele momento político: Mario Covas, Ulisses Guimarães, Orestes Quércia e Franco Montoro, que estiveram em sua residência na Avenida Japão, número 185. Na época, Alves de Lima foi eleito presidente do MDB em Mogi das Cruzes.
Em 1980, Francisco Alves de Lima tornou-se jornalista e fundou o Jornal Alvorada. No mesmo ano, ele conheceu a deputada Ivete Vargas, sobrinha-neta de Getúlio Vargas e Presidente Nacional do PTB. Mais tarde, Lima se tornaria advogado particular da congressista. No mesmo ano, conheceu o ex-presidente Jânio da Silva Quadros. Ainda em 1980, o PTB lança Jânio como candidato a governador por São Paulo e o doutor Francisco Alves de Lima para prefeito de Mogi das Cruzes, com apoio de Ivete Vargas.
No exercício do jornalismo, foi vítima de dois atentados de morte, por combater e denunciar excessos e abusos de autoridades. Além disso, o homenageado é reconhecido como um combatente advogado, atuando em mais de 900 plenárias do Júri, em sua maioria perante a Vara Criminal da Comarca de Mogi das Cruzes.
Lima também foi responsável por obras importantes e marcantes na Cidade, dentre elas, o projeto e a execução do Templo da Sede da Assembleia de Deus Madureira, em frente ao Clube Náutico, no bairro Ponte Grande.