O clima frio é um dos principais motivos do aumento de doenças respiratórias. Segundo o Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE), o clima seco tem dificultado a dispersão de poluentes e feito com que as pessoas alérgicas sofram mais nesta época do ano, quando as temperaturas mais frias levam ao aumento nos casos de doenças como a gripe, por exemplo. Em Mogi das Cruzes, o número de pacientes com gripe e problemas respiratórios subiu 20%, segundo a Prefeitura.
Em abril deste ano, o Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu um alerta sobre casos de síndrome respiratória aguda grave devido ao coronavírus (Covid-19) (SarsCov2) e doenças gripais como a influenza. Ao todo, 18 das 27 capitais apresentam números elevados de doenças gripais. A publicação confirma o predomínio de casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) – infecção das vias aéreas em crianças – como principal causa de internações em crianças de até dois anos no Brasil, apesar de já ter sido identificada queda em algumas regiões. A publicação se refere à semana epidemiológica 14, compreendendo o período de 2 a 8 de abril, e mostra que, em 16 dos 27 estados brasileiros, há sinal de crescimento do número semanal de novos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
As informações apresentadas pela FioCruz revelam que no período referente à semana epidemiológica 14, a prevalência foi de 5,7% para influenza A e 5,5% para influenza B – infecção no trato respiratório -, 47,2% para vírus sincicial respiratório e 33,9% para Covid-19.
Entre os óbitos, a presença dos mesmos vírus entre os positivos foi de 9,1% para influenza A, 9,1% para influenza B, 6,9% para vírus sincicial respiratório e 75% para Covid-19.
O Mapa da Qualidade do Ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) classifica a qualidade do ar do Alto Tietê como boa. A companhia divulga índices que vai de 0 (qualidade boa) a 200 (qualidade péssima). A Companhia já havia revelado preocupação no inverno deste ano com relação a doenças respiratórias, devido à baixa umidade do ar e às mudanças bruscas de temperatura, com temperatura amena, ventos fortes e chuvas pontuais, pois a chuva contribui para a limpeza do ar e a eliminação das micropartículas na atmosfera que prejudicam a saúde. Os principais responsáveis por levar essas micropartículas de um lugar para o outro são os automóveis e indústrias, que com ajuda dos ventos fortes, o contágio de doenças é maior.
São 63 estações medidoras em todo o Estado de São Paulo e 29 estão localizadas na região metropolitana. Segundo a Cetesb, as estações medidoras mais próximas são do Alto Tietê são as de Guarulhos e Itaim Paulista. “As medições são realizadas em alguns municípios intensamente povoado e com atividades industriais forte impacto na região. Embora podem ser agravados no inverno, por conta das fuligens e partículas que causam a poluição do ar por conta destas fuligens, a qualidade do ar e doenças respiratórias não têm relação direta”, explica Lucia Guardane, gerente da divisão de qualidade do ar da Cetesb.
Guardane recomenda que para ajudar a reduzir a poluição das partículas inaláveis, transportes públicos ou meios de transporte ecológico e sustentáveis, como bicicletas, são ideais, bem como beber água, consumir frutas e verduras e manter-se hidratado. Embora a qualidade do ar não tenha impacto direto nos casos de doenças respiratórias, as Prefeituras da região são orientadas pela Cetesb para intensificar a prevenção da qualidade alinhada à saúde, bem como apostar em ações de combate à poluição, enfrentamento a queimadas neste período de seca e fiscalização.
Como saber se a qualidade do ar da sua cidade está boa?
Entender os dados relevantes para qualidade de vida e ambiental é primordial. Agora, a avaliação da qualidade do ar feita pela Cetesb está também disponível para consulta no Google Maps. Para acompanhar acesse a Plataforma, clique no botão de Camadas e depois em Detalhes do Mapa/Qualidade do ar.
Boa alimentação e vacinação são os principais combatentes quando há poluição e, principalmente, em casos de doenças respiratórias. Dentre as iniciativas do Governo Federal para o aumento da prevenção destes casos, está o Previne Brasil. Instituído pelo Ministério da Saúde em 2019 e, desde 2020, avalia as cidades em relação a alguns indicadores de saúde para classificar e também repassar verbas públicas para as Prefeituras.
Segundo a última publicação do Programa, Mogi das Cruzes aparece em posição de destaque entre os municípios da Região do Alto Tietê com nota 7,85 Indicador Sintético Final (ISF), seguido por Suzano com nota 7,51 neste primeiro quadrimestre e Guararema com nota 7,29. “Para que esses indicadores sejam atingidos é fundamental que as informações sejam atualizadas constantemente e que as equipes estejam em sintonia com as metas do Programa. É necessário cadastrar, atualizar cadastros, lançar consultas, exames, atendimentos de puericultura, odontologia, vacinas, fazer relatórios diários”, destacou o secretário municipal de Saúde, Wiliam Harada.
O Previne Brasil se baseia no banco de dados e processamento do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab). O envio dos dados é realizado através de sistemas de informações, principalmente pelo e-SUS. O sistema integrado em toda a rede de saúde permite que todo o histórico dos pacientes seja compartilhado e otimiza atualizações e as principais demandas.
A Secretaria de Saúde de Ferraz informa que nesta época do ano é registrado um aumento de aproximadamente de 30% nos equipamentos de saúde da cidade, no caso das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município, o que é considerado comum para o período de inverno.
Segundo a pasta, as ações para a vacinação contra a gripe Influenza estão sendo reforçadas no município com a vacinação feita pelas equipes de saúde diretamente nas indústrias, além dos servidores públicos que foram vacinados também no Paço Municipal e outras ações como o programa ‘Prefeitura No Meu Bairro’, onde as equipes de saúde levam a vacinação para a população diretamente nos diversos bairros atendidos pelo programa.
A Secretaria reforça que a próxima edição do programa será no próximo sábado (29) no Jardim Yone e que a vacinação contra o vírus da Influenza no município e no caso de problemas referentes a doenças respiratórias, é imprescindível que a população procure atendimento e informações nas 13 Unidades Básicas de Saúde do Município (UBSs) que funcionam das 8 às 16 horas. Em duas delas, o atendimento é feito em horário estendido até às 20 horas, são elas o CS-II na região central de Ferraz e a UBS do CDHU.
Guararema
Por meio da Secretaria Municipal de Saúde, o município de Guararema informa que houve uma diminuição de 75% e 52%, respectivamente, na diminuição de doenças respiratórias devido ao intenso trabalho em ações de vacinação. As Ações Extra muro (itinerantes) no que diz respeito à Vacinação, são realizadas em mercados, feira livre, escolas e porta a porta.
Já a Prefeitura de Itaquaquecetuba informa que a gripe não é enquadrada como caso de notificação compulsória. Ou seja, o sistema de vigilância das influenzas entra para notificação apenas quando o caso é diagnosticado como síndrome respiratória aguda grave, especificamente nos casos em que os pacientes ficam internados. Segundo a Secretaria de Saúde de Itaquá, até o momento foram 27 casos com notificação. E reafirma que a vacina contra a influenza está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), mas que a procura continua baixa. Portanto, a pasta tem realizado uma série de medidas para ampliar a cobertura vacinal como campanha de conscientização nas unidades de saúde e em escolas, divulgação nos canais oficiais e no mês de julho também foi realizado o “Dia D”.
Suzano
Quanto a qualidade do ar, a Prefeitura de Suzano garante que a inspeção nos veículos do órgão e a adesão a ônibus elétrico no transporte público municipal são medidas constantes. Já sobre casos de doenças respiratórias, a Secretaria Municipal de Saúde de Suzano informa que neste primeiro semestre de 2023, foram registrados 125 casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG). No mesmo período do ano anterior o índice foi de 313 casos.
A pasta informa que dado o quadro clínico, geralmente evoluindo com desconforto respiratório, é recomendado que o indivíduo procure atendimento médico hospitalar imediatamente. As unidades de saúde com melhor suporte no município são os equipamentos de urgência e emergência: Pronto-Socorro (PS) Municipal, Pronto Atendimento (PA) de Palmeiras e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Revista. Em nota, o município ressalta que segue com a vacinação contra Influenza e Covid-19, vírus com potencial para causarem a SRAG.
Brasil
O boletim InfoGripe da FioCruz destaca que embora exista um crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Sudeste, as regiões com mais relevâncias são em Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. Por outro lado, os indícios de aumento estão concentrados principalmente nas crianças do Amapá, Maranhão, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Em Alagoas e Rio Grande do Norte, há compatibilidade com oscilação em período de baixa atividade, segundo a publicação.
