Caso da morte por espancamento em Suzano: Vereador realiza coletiva de imprensa para esclarecer pontos sobre denúncia

Na tarde desta quarta-feira (28), o vereador de Suzano Marcel Silva, o Marcel da ONG, promoveu uma coletiva de imprensa para esclarecer pontos de uma denúncia envolvendo seu nome.
A acusação diz respeito à suposta divulgação de uma notícia falsa que teria contribuído para a morte de Rafael dos Santos Silva, de 22 anos. A ocorrência foi registrada na Estrada do Tanaka, na altura do bairro Estância Americana, em Suzano, no dia 17 de dezembro de 2023.
A denúncia foi rejeitada pelo juiz do caso, e o vereador passou a constar somente como testemunha no processo.

O juiz Luciano Persiano de Castro, da 2ª Vara Criminal, rejeitou a denúncia contra o vereador Marcel da ONG. Segundo o magistrado, não há no inquérito qualquer prova de que o vereador tenha “induzido os réus a praticarem o delito”. Na decisão, o juiz ainda destaca que, se o parlamentar tivesse intenção de atentar contra a vida da vítima, “não teria, por óbvio e como fez, acionado as forças de segurança pública para intervir no caso”.

Durante a coletiva, Marcel disse que o vídeo feito no local foi apenas sua obrigação como vereador de atender a população que denunciava um suposto assassinato de cães na região.
“A todo momento, fui lá para relatar, averiguar a situação e passar para as autoridades responsáveis”, disse.

A advogada do vereador, Graziella Salti Santana Bonini, disse que de fato Marcel foi intimado a prestar esclarecimentos sobre o que ele sabia da situação.
“Ele forneceu todas as informações necessárias e pertinentes para a elucidação do caso e foi ouvido como declarante. Sobre ele não caiu nenhum indício de autoria [do crime]”, destacou.

Entenda o caso

Em 17 de dezembro de 2023, em Suzano, a Polícia Militar encontrou a vítima, na ocasião, com ferimentos graves causados por pauladas, pedradas e atropelamento, resultando em traumatismo cranioencefálico. A agressão foi motivada por notícias falsas, principalmente difundidas pela internet, de que a vítima teria sido responsável pela morte de dois animais, uma acusação que se provou infundada, pois os supostos cachorros mortos nunca foram encontrados.

A investigação foi conduzida pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Mogi das Cruzes. O vereador Marcel da ONG foi investigado por ter postado vídeos em suas redes sociais onde relatava supostos crimes de maus-tratos a animais na região.

Após o homicídio, sete pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na morte do pedreiro.