O aposentado Luiz Cardoso da Silva é morador de Mogi das Cruzes desde o primeiro dos seus 74 anos. Amante do litoral de São Paulo, sempre viajava para as praias quando tinha oportunidade. Há mais ou menos cinquenta anos, ele começou a fazer castelos de areia, mas não de qualquer tipo, e sim enormes esculturas que impressionavam a todos que passavam.
O tempo passou e ele se aperfeiçoou ainda mais na arte.
Ao portal HojeDiario.com, Luiz contou sobre sua experiência e como se apaixonou por castelos de areia bem feitos.
“Eu comecei há mais ou menos cinquenta anos, como uma brincadeira. Eu estava com minhas filhas e comecei a construir um castelo de areia. Me inspirei na Igreja Matriz de Mogi das Cruzes, peguei um palito de sorvete e fiz a arte. As pessoas passavam e se impressionavam com o que eu estava fazendo”, contou.
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Ele diz que nunca buscou se especializar nisso, nem nunca foi algo em que trabalhou em sua vida. Aposentado, foi sempre representante comercial e poucas coisas em sua vida envolviam a arte.
“Hoje que sou aposentado, eu tenho muito mais tempo para fazer as coisas que eu gosto. No meio da semana, já estou lá na praia para me divertir um pouco”, contou.
Mas mesmo assim, foi apenas com a tentativa e prática que desenvolveu lindos trabalhos. “Para mim é um hobby, mas nasci com esse dom. Minha irmã já viajou para Roma e outros países da Europa, com grandes monumentos. E sempre me inspirava nas fotos para construir novos castelos”, disse.
“Eu desenvolvi minhas próprias ferramentas. Faço qualquer coisa, um casarão, castelo, algum monumento, como o Coliseu, a Praça de São Pedro”, continuou. De acordo com Luiz, alguns trabalhos levam em torno de cinco horas, mas outros já levaram até um dia completo.
Ao longo dos anos, foi desenvolvendo seu talento, chegando até a participar de competições. “Até hoje só participei de uma competição, em Praia Grande, que meu cunhado me inscreveu sem eu saber. Quando cheguei lá, comecei a fazer o castelo e acabei ficando em segundo lugar”, disse ele aos risos.
“Tudo vale a pena, se tem algum aprendizado. Se eu fui para lá, mesmo que não tenha ganhado, mas aprendi algo, valeu muito a pena”, afirmou.
Também contou que não foi somente no Litoral Norte que já presenteou as praias com suas obras de arte.
“Já fui para Natal, Recife, Maceió, Santa Catarina, sempre fazendo meus castelos de areia. Eu amo isso. Onde eu vou, deixo minha marca registrada lá”, disse.
Através dos castelos, ele já viveu diversas histórias que o marcaram para sempre.
“Eu gosto de castelos porque é algo que as crianças gostam e me lembro de uma história em que uma criança sentou ao meu lado, em Caraguatatuba, enquanto eu fazia um castelo e me disse que sonhava em aprender comigo. Eu disse para ela me encontrar no dia seguinte. Acabou que não a encontrei mais. 40 anos depois, eu encontrei uma mulher, novamente em Caraguatatuba, e ela me mostrou uma foto. Acredita que era a mesma menina, depois de 40 anos?”, disse emocionado.
Mas ele ainda valoriza a arte como uma forma de se aproximar de sua família.
“A minha família sempre me acompanha. Essa minha paixão por fazer os castelos de areia até inspirou minha filha a estudar Arquitetura. Agora minhas filhas são todas grandes, casadas, têm filhos. Tenho seis netos, e sempre que tenho a oportunidade levo eles comigo para verem eu trabalhar em meus castelos. Família é tudo para a gente”, disse.
Ele ainda conta que construir suas obras de arte nas praias é algo que virou parte essencial de sua vida.
“O pessoal às vezes brinca ao ver um idoso com os cabelos brancos brincando de fazer castelos na praia. Mas eu amo isso. Se eu for na praia e não fizer castelo, eu fico doido. Nessa quarta eu já vou descer para a praia para fazer mais alguns castelos”, afirmou.
Por fim, Luiz disse que o melhor momento para ir para a praia é no frio.
“Não tem aquele calor batendo o dia todo nas suas costas, a praia está vazia. Ficar cinco horas debaixo do sol judia bastante. A menos que tenha uma cervejinha, aí ajuda”, terminou rindo.