Na manhã da última segunda-feira (05), Paula Kapritchkoff, endocrinologista e mãe de gêmeos, fez uma denúncia em suas redes sociais contra a Escola Municipal Benedita Estelita de Mello, localizada em Mogi das Cruzes. Segundo ela, seu filho, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), teve problemas de inclusão na rede de ensino.
A médica relatou que foi chamada pela coordenação da unidade para falar sobre “dificuldades” na adaptação de seu filho em uma escola regular e que o melhor a se fazer era “transferir” a criança de instituição. Mesmo com acompanhante particular diariamente durante as aulas da criança, foi sugerido que ela procurasse um local de ensino que atendesse esse “público”.
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Em tom de indignação, a médica afirma que o ‘conselho’ vai contra a questão da inclusão escolar e que a postura de Caio Cunha como prefeito é contraditória, por não promover a adaptação adequada às crianças.
Em um vídeo, Paula falou de sua indignação com a atitude da instituição e ainda questiona o prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha.
“Na reunião, fiquei paralisada. Não conseguia nem falar para a coordenação da escola que aquilo que eles estavam fazendo era errado. Que eles estavam cometendo um crime, uma ilegalidade. A inclusão, para variar, é mais uma mentira da cidade Caio Cunha (marcando o prefeito em sua publicação)”, desabafou a médica.
O portal HojeDiario.com solicitou um posicionamento para a Prefeitura de Mogi das Cruzes, responsável pela escola. A administração municipal afirmou que a responsável pela criança foi acolhida em uma reunião.
“A educação de Mogi das Cruzes tem investido e avançado no atendimento educacional especializado dos alunos com TEA. Por isso, a Secretaria de Educação, assim que soube da ocorrência pelas redes sociais, entrou em contato com a mãe e com a unidade escolar para apurar os fatos. Ontem (segunda feira, 05), a mãe foi acolhida por representantes da Secretaria de Educação e da Coordenadoria de Cidadania e Inclusão Social e hoje (terça-feira, 06) estará na unidade escolar para esclarecimentos e diálogo com foco no desenvolvimento da criança. A conversa foi acompanhada também pelos profissionais que atendem o aluno. Vale elucidar que a equipe escolar atua em prol da evolução das aprendizagens e da socialização do aluno e a conversa com a mãe aconteceu com o intuito de discutir a possibilidade de atendimento educacional especializado ao pequeno no equipamento recém-inaugurado em Mogi e que já é referência para outros municípios, a Escola Clínica Transtorno do Espectro Autista. A educação especial personalizada da Escola Clínica TEA tem como objetivo o desenvolvimento da autonomia da criança e só é oferecida em comum acordo com a família. O estudante matriculado nessa modalidade é avaliado regularmente a fim de promover o retorno à sala de aula do ensino regular de forma a garantir o direito à educação inclusiva e ao desenvolvimento de outras habilidades. Ou seja, a intenção não foi retirar o aluno do convívio escolar, mas oferecer atendimento personalizado por um tempo determinado a fim de garantir o melhor desenvolvimento na escola em que está regularmente matriculado. Vale destacar que a rede municipal de ensino tem trabalhado com dedicação nas ações de inclusão. As equipes escolares têm passado por formação específica e houve o fortalecimento do setor de Educação Especial e Inclusiva, que, além da Escola Clínica TEA, tem também a Emesp Professora Jovita Franco Arouche e o Pró-Escolar, além das Salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE)”, finalizou a pasta.