As unidades da rede Atacadão em Suzano, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Poá e outras cidades do Alto Tietê podem enfrentar desabastecimento de carne nos próximos dias. A possibilidade ocorre após frigoríficos brasileiros decidirem suspender o fornecimento de carne para as lojas do Grupo Carrefour no Brasil, que inclui as unidades do Atacadão.
O boicote após que o Carrefour anunciou que suas lojas na França não comercializarão mais carne brasileira, como parte de uma decisão que visa apoiar agricultores franceses contrários ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Segundo eles, os produtores do Mercosul não seguem as mesmas normas ambientais e têm vantagens competitivas injustas.
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Entre as empresas que aderiram à suspensão do fornecimento de carne ao Grupo Carrefour estão os frigoríficos JBS, Minerva Foods e Masterboi. A decisão já está afetando a logística de abastecimento no Brasil e pode atingir diretamente os consumidores da região do Alto Tietê que compram carne nas unidades do Atacadão.
Apesar do risco iminente de desabastecimento, o Grupo Carrefour Brasil afirmou, em nota divulgada nesta segunda-feira (25), que está trabalhando para solucionar o problema e garantir a normalização dos estoques.
“Estamos em diálogo constante para viabilizar a retomada do abastecimento de carne o mais rápido possível”, informou a empresa.
O Carrefour ainda ressaltou que, no momento, não há falta de carne nas lojas, mas evitou confirmar se o desabastecimento poderá ocorrer nos próximos dias.
A empresa também expressou preocupação com o impacto da situação nos consumidores. “Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade. Lamentamos profundamente a atual situação e reafirmamos nossa estima e confiança no setor agropecuário brasileiro, com o qual sempre mantivemos uma relação sólida e de parceria”, disse na nota.
A decisão do Carrefour de interromper a venda de carne brasileira na França gerou forte repercussão no setor agropecuário do Brasil. Instituições como a Abiec (Associação das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina) e a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que representa produtores de carne de frango, suína e ovos, manifestaram descontentamento com o posicionamento do grupo francês.
Além disso, a Fhoresp (Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo), que representa cerca de 500 empresas no setor de alimentação e hospedagem, recomendou que seus associados deixem de comprar produtos das lojas do Grupo Carrefour. A ação é vista como um protesto contra a postura adotada pela empresa.
Na semana passada, Alexandre Bompard, CEO do Carrefour na França, anunciou que as lojas do grupo no país deixariam de vender carnes e outros produtos originários de países do Mercosul. A decisão foi justificada como um gesto de solidariedade aos agricultores franceses, que têm protestado contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
Agricultores na França afirmam que produtores do Mercosul, especialmente do Brasil, operam com padrões menos rigorosos em questões ambientais, o que resultaria em uma concorrência desleal.