Aline Almeida, de 31 anos, moradora do bairro Casa Branca, em Suzano, enfrenta uma situação de tensão e risco durante a fase final de sua gravidez. Grávida de oito meses, Aline possui histórico de trombose venosa profunda (TVP) e necessita do medicamento Enoxaparina 40 mg para prevenir complicações graves, como tromboembolia pulmonar, que podem colocar em risco tanto sua vida quanto a do bebê.
A situação de Aline se agrava devido às negativas recorrentes de uma farmácia de alto custo do Governo do Estado de São Paulo, localizada em Mogi das Cruzes, em fornecer o medicamento, mesmo com a documentação regularizada e todas as exigências burocráticas atendidas. Esta é a terceira vez que a paciente tem o pedido negado, o que gerou grande preocupação.
“Com toda essa situação, estou me sentindo um lixo. Meu psicológico está um caco, porque não sei o que pode acontecer durante ou após o parto. Tenho tido muitas crises de pânico e ansiedade e vou iniciar o acompanhamento com profissionais de saúde mental, pois tudo isso me abalou profundamente. Todas essas tentativas frustradas e sem sucesso foram desgastantes”, declarou a gestante.
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Segundo Aline, a última justificativa da farmácia para a negativa ocorreu na última segunda-feira (06) e foi motivada pela suposta falta de um documento adicional que comprovasse a trombose, algo que anteriormente não havia sido solicitado. No entanto, o médico que acompanha o caso afirmou que não há como realizar um exame para comprovar a doença atualmente, já que ela não apresenta trombose no momento e a medicação é necessária de forma preventiva.
Essa justificativa tem atrasado o início do tratamento essencial para sua segurança e a do bebê.
“A saúde pública é responsável por essa situação que eu passo e por muitas mortes que ocorrem devido a recusas como essa. O médico não solicita uma medicação à toa; ele fornece todos os dados necessários e preenche os formulários corretamente”, disse.
O caso se torna ainda mais grave com a emissão de um laudo médico do Centro Estadual de Análises Clínicas, localizado na Zona Norte da cidade de São Paulo. O documento destaca a necessidade urgente do uso da Enoxaparina para prevenir possíveis complicações, incluindo um carimbo de “resultado crítico”. Parte do laudo, assinado por um dos médicos que atende a gestante, afirma que ela “apresentou Trombose Venosa Profunda em gravidez anterior. Há necessidade de profilaxia (medidas que visam prevenir ou reduzir a propagação de doenças).”
A reportagem do portal HojeDiario.com entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde no dia 9 de dezembro de 2024 para solicitar um posicionamento sobre a situação. A secretaria informou inicialmente que a documentação estava incompleta, mas Aline regularizou rapidamente os papéis. Ainda assim, a negativa persistiu.
Aline também considerou a possibilidade de comprar o medicamento por conta própria, mas o custo se mostrou inviável. Ela, que não trabalha para se dedicar integralmente ao cuidado do filho mais novo, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), se deparou com um valor superior ao esperado.
Cada caixa do medicamento referência (com dez unidades) custa, em média, R$ 877,26, e a recomendação é de uma dose diária durante a gestação e três meses após o parto, totalizando em média R$ 13.089,00 ao final do tratamento, com 150 ampolas.
Leitores do portal HojeDiario.com que desejarem ajudar Aline podem realizar um PIX de qualquer valor para o número (11) 95608-1071, que também é seu telefone de contato.
“Embora não seja obrigação de ninguém, aceito a ajuda, pois sou mãe de uma criança autista totalmente dependente de mim e estou à espera de outro ser que também precisará de meus cuidados. Para garantir que nada aconteça comigo e eu possa cuidar deles, aceito qualquer apoio necessário”, disse a gestante.
A reportagem do portal HojeDiario.com segue acompanhando o caso e aguarda um posicionamento oficial da Secretaria de Estado da Saúde. Até o fechamento desta matéria, não houve retorno.