A saúde sexual e reprodutiva ainda é um assunto que gera dúvidas entre as mulheres brasileiras. Segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos, realizada em 2021, 43% das mulheres do país desejam saber mais sobre os métodos contraceptivos e suas diferenças.
Para ajudar a esclarecer esses e outros temas, o portal Hoje Diário conversou com a ginecologista e obstetra Doutora Isabella Lozano.
Endometriose
Segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva, cerca de 1 em cada 10 mulheres sofre com endometriose no Brasil, sendo que mais da metade delas apresenta dores crônicas e 30% podem desenvolver infertilidade.
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“A doença acontece quando o tecido do endométrio cresce fora do útero. Os principais sintomas são dor intensa durante a menstruação e nas relações sexuais, sangramentos irregulares, alterações intestinais ou urinárias e dificuldade para engravidar”, explica a Doutora Isabella.
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo do caso.
“Há situações que exigem a remoção dos focos da endometriose. Em outros casos, podemos recorrer a anticoncepcionais hormonais para bloquear a menstruação. Mudanças na alimentação e a prática de exercícios também ajudam a reduzir inflamações”, completa.
Ela reforça ainda a importância da prevenção e da realização de exames.
“A primeira consulta ginecológica deve ocorrer a partir da primeira menstruação ou antes do início da vida sexual. O exame de Papanicolau deve ser feito a partir dos 25 anos, para mulheres sexualmente ativas. A mamografia, a partir dos 40, ou antes, caso haja histórico familiar de câncer de mama”, disse.
Anticoncepcionais
O Ministério da Saúde oferece diversas opções de contracepção, como: DIU de cobre, DIU hormonal, pílulas combinadas, anticoncepcionais injetáveis mensais ou trimestrais, pílula do dia seguinte, implantes e preservativos.
Apesar da eficácia, a médica alerta.
“Mulheres com hipertensão, histórico de AVC (acidente vascular cerebral) ou trombose devem evitar anticoncepcionais com estrogênio. Nesses casos, o mais indicado são os métodos à base de progesterona, como o DIU com progesterona, a minipílula, o implante subcutâneo ou a laqueadura”, afirma.
Ela ainda ressalta que o método mais seguro para evitar doenças e gravidez continua sendo o preservativo.
“A camisinha é o único método que protege contra infecções sexualmente transmissíveis e deve ser usada em todas as relações”, reforça.
A Doutora Isabella Lozano é graduada em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com residência em Ginecologia e Obstetrícia. Atualmente, atua como professora assistente da disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes e como supervisora do Programa de Ginecologia e Obstetrícia da Fundação de Amparo ao Ensino e Pesquisa (FAEP).