Poá, palavra de origem indígena, significa “bifurcação de caminhos” e, nesta quarta-feira (26), a cidade comemora 76 anos de emancipação político-administrativa.
A cidade, que se desenvolveu ao longo dos séculos a partir de um pequeno povoado em terras pertencentes às missionárias da Ordem dos Carmelitas, tem uma trajetória marcada pelo crescimento impulsionado pela Estrada de Ferro Central do Brasil e pela busca por independência, de acordo com o historiador Glauco Ricciele.
A história de Poá remonta ao século XVII, quando a região ainda fazia parte do território de Mogi das Cruzes e era conhecida como “Apoá”.
Em 1609, o governador e donatário da capitania, Gaspar Conqueiro, concedeu terras na região para Maria Álvares, uma viúva que se instalou com seus filhos para lavrar a terra: “661 meia légua de terras e mais três capões de matos”, segundo o historiador. Já em 1611, com a criação da Vila de Santana de Mogi Mirim (atual Mogi das Cruzes), Poá passou a fazer parte desse território devido à proximidade, desenvolvendo-se dentro da jurisdição mogiana.
Mesmo com essa evolução, as últimas décadas do século XVII foram pacatas. O local que hoje se tornou cidade permaneceu praticamente despovoado e com estrutura muito simples.
Isso gerou uma grande necessidade de desenvolvimento da lavoura e da pecuária para a sobrevivência dos habitantes, o que atraiu os colonizadores brancos para essas terras férteis, banhadas pelo rio Anhembi (Tietê) e seu afluente Guaió.
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Nos primeiros anos do século XVII, quando começou o desenvolvimento do vilarejo de Mogi das Cruzes, surgiu ao mesmo tempo uma outra povoação, de caráter disperso, que ocuparia pela primeira vez a área da atual cidade.
Outro fato histórico importante para o município foi a chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1891, que marcou um grande avanço para a região. A ferrovia possibilitou maior integração com a cidade de São Paulo e incentivou o crescimento populacional e econômico.
Apesar de já existir uma estação no município de Mogi das Cruzes, a criação dessa nova parada facilitou a conexão com o Alto Tietê. Com o passar das décadas, Poá consolidou-se como um importante polo urbano, atraindo novos moradores e investimentos.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial e o crescimento populacional da Grande São Paulo, a paisagem rural de Poá começou a desaparecer. A facilidade de acesso pela linha da Estrada de Ferro Central do Brasil e a oferta de terrenos a baixo custo impulsionaram o processo de urbanização, com a abertura de novas ruas e avenidas.
Na época, o então distrito crescia rapidamente, mas as autoridades de Mogi das Cruzes não investiam em melhorias. Em 6 de julho de 1947, diversos cidadãos se reuniram na sede da Subprefeitura de Poá para reivindicar a emancipação do distrito.
A reunião foi liderada por José Garcia Simões da Rocha, tendo Bruno Rossi e Euclides Greenfield como secretários. Outros nomes importantes na luta pela emancipação foram Lorehy Novazzi, Farid Domingues e Doutor Guido Guida, que, embora residentes em Poá, eram vereadores na Câmara de Mogi das Cruzes.
A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes resistiu à emancipação de Poá, tentando manter o distrito sob sua administração. No entanto, após uma intensa batalha jurídica e diversos plebiscitos, ficou comprovado que Poá atendia aos requisitos para se tornar município.
Assim, pela Lei Estadual número 233, de 24 de dezembro de 1948, Poá foi elevada à categoria de município.
A independência administrativa de Poá começou oficialmente em 1º de janeiro de 1949. No entanto, a instalação da Câmara Municipal e a posse do primeiro prefeito e vereadores ocorreram apenas em 26 de março do mesmo ano, data que passou a ser comemorada como o aniversário do município.
A partir de então, Poá começou a desenvolver sua própria identidade e infraestrutura, crescendo em diversos setores e se destacando como uma Estância Hidromineral – uma das 11 existentes no Estado de São Paulo.

