“O cinema é a arte de contar histórias, e o Brasil tem muitas para contar.” Nesta quinta-feira (19), o Brasil comemora o Dia do Cinema Brasileiro.
A data homenageia o nascimento do cinema no país, em 1898, quando o italiano Afonso Segreto registrou as primeiras imagens em movimento no Brasil, a bordo do navio Brésil, ao chegar à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, com um cinematógrafo (aparelho que permitia captar imagens em movimento) recém-trazido da França.
E mais de um século depois, o cinema brasileiro segue vivo – e resistindo – em iniciativas como a de Rodrigo Ferreira Campos, diretor, produtor e idealizador da Mostra de Cinema Itapety, realizada em Mogi das Cruzes, na região do Alto Tietê, e que vem ganhando relevância por sua contribuição cultural, educativa e social. Por isso, o portal Hoje Diário conversou com o especialista em audiovisual nacional sobre a valorização da cinematografia.
De acordo com Campos, a Mostra de Cinema Itapety surgiu da percepção de uma lacuna no cenário local. “A Mostra de Cinema Itapety surgiu da necessidade de novas janelas de exibição em nossa região, além da formação de público. O evento foi financiado pela Lei Paulo Gustavo de Mogi das Cruzes, com produção da Associação Quântica, Itapeti Filmes, Paulinho Ferreira Produções e Evandro Maia Fotografia.
Originalmente concebido como uma mostra específica de cinema com duração de dois dias, este ano ultrapassou amplamente esse escopo. Realizado ao longo de 15 dias, o evento reuniu mais de 20 sessões de exibição, espalhadas por diversos espaços da cidade, e apresentou ao público mais de 140 filmes, atingindo um público total de aproximadamente 3.500 pessoas”, contou Rodrigo.
Além disso, para a maior valorização da memória do cinema brasileiro, Rodrigo conta que também estiveram presentes os atores Jorge Bodanzky e Zezita Matos.
“Com a presença deles, o evento se consolidou como uma verdadeira celebração da diversidade e riqueza da produção audiovisual contemporânea”, afirma Rodrigo.
Apesar do sucesso da mostra na região do Alto Tietê, o cineasta chama a atenção para os desafios estruturais enfrentados pelo cinema nacional.
“O Brasil possui muitas produções, principalmente independentes, realizadas todos os anos em todo o país – no ano passado, foram mais de 700. O maior problema é a falta de regulamentação das telas de exibição. Os produtores brasileiros têm acesso a menos de 10% das telas disponíveis nos nossos cinemas”, pontuou.
Rodrigo também critica a ausência de regras claras para as plataformas de streaming, que propicia a desvalorização do cinema independente. “Na Espanha e na Coreia do Sul, a regulamentação obrigou grandes plataformas a investirem nas produções locais para atender às cotas exigidas, fomentando e ampliando toda a cadeia produtiva”, explicou.
Ainda segundo ele, é urgente “a formalização e a regulamentação, além de mais oportunidades e investimentos fora dos eixos Rio-São Paulo, que detêm mais de 60% de todos os recursos de produção investidos anualmente”.
Por isso, para o diretor, fomentar a produção regional é mais do que uma questão de acesso, é sobre valorizar o patrimônio cultural local e formar novos públicos.
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