Na última sexta-feira (12), a Prefeitura de Suzano emitiu um comunicado justificando a demora na entrega do Residencial Suzano 2, futuro condomínio de moradias do projeto “Minha Casa, Minha Vida” localizado no bairro Jardim Europa. Em nota, a gestão do prefeito Rodrigo Ashiuchi disse que a responsabilidade das obras é da Construtora Qualyfast e do Banco do Brasil, sendo a Prefeitura uma mera mediadora da relação.
De acordo com o comunicado, a empresa não tem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), impossibilitando a Prefeitura de expedir o “Habite-se” aos moradores que foram sorteados com as residências em novembro do ano passado. Nessa época, foi realizada uma reunião com as 300 famílias que iriam começar a ocupação parcial do local, a começar pelo Bloco A do espaço residencial. Todos os procedimentos foram passados e a administração reforçou as medidas de combate ao Covid-19. A previsão do fim das obras e da entrega das moradias era de janeiro de 2021.
A empresa Qualyfast alegou insuficiência de recursos e não conseguiu terminar a construção. Pelo abandono da obra e a segurança escassa, invasões ocorreram no local, além de diversos equipamentos da parte elétricas roubados. O Banco do Brasil liberou recursos que, ao invés de serem usados para dar continuidade às obras, foram usados pela empresa de construção para quitar seus débitos.
A Prefeitura de Suzano disse, porém, que em meio a tudo isso tem tomado a atitude de articuladora das duas partes, no caso, Qualyfast e Banco do Brasil, para tentar resolver a situação e entregar o local aos seus moradores. Ainda assim, não deu nenhum tipo de prazo ou previsão do mesmo, que inicialmente foi previsto para 2017.
O conjunto Residencial Suzano 2 está localizado na estrada Takashi Kobata e vem sendo construído pela Qualyfast Construtora há cerca de dez anos por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, com financiamento do Banco do Brasil.
Moradores sem casa
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Consequentemente, os mais afetados são os moradores, a quem foram prometidas mais de 600 moradias, mas não foram entregues até hoje. No começo do ano passado, inúmeras reclamações foram feitas alguns meses após os sorteios das residências, segundo o Diário de Suzano.
Muitos daqueles estavam vivendo de aluguel, já que sua casa estava quase garantida, mas devido a pandemia e a perda de muitos empregos e renda, as famílias ficaram impossibilitadas de continuar morando em suas casas antigas, mas não poderiam ir ao Residencial Suzano 2, porque esse ainda estava interditado. Desde abril – data da matéria do jornal Diário de Suzano – até hoje, nada mudou. Até o momento, não há qualquer perspectiva.
Não é a primeira vez
Essa não foi a primeira vez e nem o primeiro cliente com quem a construtora não cumpre suas obrigações. A Prefeitura de Botucatu, cidade do interior de São Paulo, tem tido inúmeras dificuldades com a mesma construtora, já que em 2019 alegaram escassez de recursos por falta de repasses do Governo Federal à instituição, o que impediu de terminar as obras do Residencial Cachoeirinha 3 e 4.
No início de 2020, a regulamentação dos repasses foi feita e a expectativa para a entrega ser feita em março e maio daquele ano foi grande. Infelizmente, apenas o Cachoeirinha 4 foi entregue e contemplado com moradores, enquanto o 3 ficou com 96% de suas obras finalizadas, mas sem previsão de finalização até janeiro desse ano, porque novamente a Qualyfast alegou falta de recursos financeiros para terminar a obra. Nesse ano, o prefeito Mário Pardini fez uma reunião com Caixa Econômica Federal, a construtora Qualyfast e representantes dos contemplados do Residencial Cachoeirinha 3, para discutir sobre a entrega do empreendimento.
A Caixa prometeu adiantar os tramites burocráticos para que os moradores possam usufruir de suas casas o mais rápido possível. Ao todo, são 992 unidades habitacionais sorteadas para munícipes que se enquadraram na Faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida em Botucatu.