No exercício do meu ministério sacerdotal, seja nas Missas que rezo ou em outras atividades, sempre são constantes os verbos “amar” e “dialogar”. Afinal de contas, não amar o que se faz e não amar o semelhante, rui o pilar da vivência e da convivência, da profissão e da vocação de qualquer pessoa independentemente da sua religião. Quão pesado seria viver e trabalhar sem amor. No que concerne o diálogo, (agora no substantivo), creio que ele é mais dinâmico do que parece, pois podemos falar e não dizer, ouvir e não escutar. Sendo assim, é preciso uma certa boa vontade dos interlocutores, uma entrega empática e confiante, para haver assim uma verdadeira correspondência, um verdadeiro diálogo.
Por isso que em muitas situações há convivência, há diálogo, mas não há entendimento e compreensão. Sendo assim, nem todo diálogo comunica, resolve e esclarece. Em uma época de tanta comunicação e informação, de tanto alarmismo e rigidez, de tanta ruptura e dissimulação, infelizmente é previsível que problemas do passado voltem a nos assombrar. Tudo que é mal resolvido volta e até com mais força. Poderíamos nos tempos atuais, com muito mais meios e condições do que no passado, estar humanamente mais assistidos e amparados. Mas estamos sofrendo e nos matando com o veneno da ira e do egoísmo. É o “eu” suprimindo o “tu”.
Últimas Notícias
Puxando o tema para questão religiosa, Jesus, cabeça e coração do cristianismo, é a expressão máxima do amor e da verdade de Deus. Como não havia desumanidade, nem dissimulação em Cristo, as pessoas queriam ouvi-lo, segui-lo e permanecer com ele. Afinal, ele era a Palavra que orientava, a verdade que libertava e o amor que purificava. Havia uma convergência natural e transformadora.
Deste modo, a exemplo de Jesus, com o auxílio de Deus que sejamos mais generosos e pacientes. Que o nosso diálogo seja franco, constante e humilde. Que nos consolidemos no amor e no diálogo, para assim vivermos numa sociedade mais apaziguada e fraterna.