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“A inflação e o prato do brasileiro”, por Robinson Guedes

Desde o início da pandemia, não só o Brasil, mas todo mundo tem enfrentado instabilidades financeiras e crises com a retomada das atividades comerciais e econômicas. Com índices avançados de imunização, a expectativa era de que houvesse novo fôlego para 2022, o que poderia auxiliar a reduzir taxas, o que facilitaria muito a vida de boa parte da população. No entanto, as dificuldades têm surgido de modo inesperado.

De acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de inflação para abril ficou em 1,06%, um avanço muito grande quando comparado ao mesmo período do ano anterior, quando foi de 0,31%.

O problema desse avanço é o que ele causa no bolso do brasileiro. O IPCA apontou que o setor alimentício tem penado com a instabilidade da inflação, o que afeta os hábitos de consumo e o que vai parar no prato da população de modo geral. O índice mostrou que em 12 meses, a cenoura teve um aumento de 178,02% no valor, sendo que foi encontrada, em alguns municípios, na casa dos R$ 10.

Outro item queridinho, o tomate teve avanço de 103,26%; seguido da abobrinha, com 102,99% de aumento nos preços. O café moído, produto sempre presente nas manhãs de quase todos os brasileiros, teve um aumento de 67,53%. Para muitos, pagar cerca de R$ 15 reais por meio quilo de café se tornou insustentável.

Muitas famílias têm vivido à base do que é mais acessível. Com preços altos nas carnes, o frango e os ovos têm se tornado uma boa alternativa. Já nos legumes, o ideal é sempre adaptar e procurar as opções mais baratas, desse modo, é possível manter uma dieta balanceada, além de estar atento a promoções e ofertas, e comparar os preços entre os estabelecimentos. Mesmo não sendo o ideal, já que todos têm o direito de ter acesso a alimentação rica e sem restrições, fazer adaptações é a melhor forma de garantir que não irá faltar nada.

Para além das dificuldades da população em adquirir os produtos, têm os índices de venda que assustam os empreendedores e empresários, por estarem muito baixos. Comerciantes e o Governo sentem a queda no fluxo de caixa e tentam bolar formas de contornar essa situação.

Após a divulgação do IPCA, o Governo Federal anunciou que vai reduzir o preço das importações de diversos produtos, para facilitar as transações entre os lojistas e, também, reduzir o valor na venda para o consumidor final. Carnes desossadas de bovinos, pedaços de frango, farinha de trigo, bolachas e biscoitos, produtos de panificação e milho em grão terão o imposto de importação totalmente zerados.

Com a iniciativa, é possível que haja um reflexo nos valores que encontramos nas gôndolas dos supermercados. Se houver uma redução real nos preços, será um respiro, em especial, para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade e não tem muitos recursos para se sustentar e se alimentar.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)