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“Qual é a música II”, por Luci Bonini

Prepara que agora é a hora do show das poderosas… isso mesmo, qual é a música?

Aqui é o terceiro mundo, pede benção e vai dormir entre as cascatas, palmeiras, araçás e bananeiras ao canto da juriti.

Quem me dera, ao menos uma vez, acreditar num instante em que tudo existe, e acreditar que o mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes. Mas nem sempre é assim que acontece, pois muitos normalmente dizem: Sou mais um no Brasil da Central, da minhoca de metal que corta as ruas… da minhoca de metal como um Concorde apressado, cheio de força, voa, voa… o avião do trabalhador.

Nossas vidas nas ruas já não valem nada, ninguém sabe se está vivo na próxima parada. É tanta lama, tanto vício, tanto oportunismo. Ninguém sabe se estará vivo no próximo domingo… Essa vida aqui na terra, já não faz sentido. Lá em Brasília, ninguém cumpre o compromisso… São tantos gatos… tantos ratos corroendo os partidos… Novamente em Brasília, ninguém tem compromisso.

Vamos esquecer a copa e os lucros do petróleo, voltando os nossos olhos pra todas as famílias que perderam a vida e o pouco que tinham, é difícil de ver.

No meu Brasil, em ano de eleição, o que se vê pela periferia são palanques, panfletos, carros de som. Promessas em alto e bom tom de que as coisas vão melhorar, mas como acreditar, se os que prometem, sempre estiveram lá, prontos para nos trucidar e pra complicar.

Pra que tanta sujeira nas ruas e nos rios, qualquer coisa que se suje tem que limpar, se você não gosta dele, diga logo a verdade, sem perder a cabeça, sem perder a amizade.

E, ainda por cima, a ciência não explica, porque é que a gente fica aqui parado sem revidar.

Eu canto em português errado, acho que o imperfeito não participa do passado, troco as pessoas, troco os pronomes…. Grande pátria desimportante, em nenhum instante eu vou te trair.

Quero a utopia, quero tudo e mais. Quero a felicidade nos olhos de um pai. Quero a alegria muita gente feliz. Quero que a justiça reine em meu país. Quero a liberdade, quero o vinho e o pão, quero ser amizade, quero amor, prazer, quero a nossa cidade sempre ensolarada. Os meninos e povo no poder, eu quero ver.

O que se planta é o que se colhe, o futuro é um presente que a gente mesmo escolhe, a semente já está no nosso chão, agora é só regar com a mente e o coração, a transformação da revolta em amor, faz água virar vinho e o espinho virar flor.

Será que eu falei o que ninguém ouvia? Será que eu escutei o que ninguém dizia?

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)