PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

“Perdoar para quê?”, por Padre Claudio Taciano

“Pedro perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: ‘Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete'”. (Mt 18,21-22)

Todo ambiente contagiado pelo ódio, pela inveja e pelas brigas, favorecem a injustiça, a dor e a covardia. A fé não existe para nos anestesiar e nos alienar. O mundo com sua grandeza e perturbações é real. Entrar na Igreja não é entrar em uma bolha de proteção e fuga. Levamos à Igreja o que somos e o que vivemos. Como rezar alegre com o filho preso? Afinal de contas, o mais fervoroso fiel, sabe quando o calo aperta.

Ter fé significa trazer para dentro de si o amor, não o ódio, a esperança, e não o desespero. Como estar em comunhão com Deus brigando com tudo e todos? Como estar em comunhão com Deus ignorando a si mesmo? Fingindo que está tudo bem? Deus não quer isso. Deus quer a nossa felicidade, sem que esta custe o sofrimento do irmão. A fé verdadeira exige amor verdadeiro.

Neste sentido, sabemos que trazemos conosco tudo pelo que passamos: as alegrias, as tristezas, os traumas, as decepções etc. Mas para que a nossa vida não fique paralisada precisamos expulsar as experiências ruins trazendo e carregando em nosso coração a força e a singeleza do amor. Só com esta força a fé e a vida podem ser renovadas, lapidadas e protegidas.

As brigas inócuas, às ofensas gratuitas e as perseguições injustas, sejam elas em nível familiar e social, deixam um rastro de dor e ruína. Quem ama e perdoa se protege e protege os seus. Quem ama e perdoa é um verdadeiro líder.

Na vida o verdadeiro derrotado é aquele que não perdoa, não cede e se vangloria de odiar. Quando Jesus fala de perdão, ele o oferece àqueles que ouvem em sua mensagem a oportunidade de derrotar o mal e o ódio que querem contaminar o coração humano. Em tempo de brigas, o silêncio e a calma nos poupam de aborrecimentos desnecessários. Sigamos em frente. Ele está no meio de nós.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do HojeDiario.com)